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Traficante montou esquema para envio de fuzis de outros países até pelos Correios; veja como

Compras internacionais incluíam drones, fuzis e até granadas

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 24 de março de 2025 às 09:49

Fotos mostram traficante Peixão em momentos de lazer em 'resort' ilegal no Complexo de Israel
Fotos mostram traficante Peixão em momentos de lazer em 'resort' ilegal no Complexo de Israel Crédito: Reprodução

Investigações da Polícia Federal (PF) mostram que um importante traficante da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ) montou um esquema próprio de importação de armamento pesado. O mais curioso é que ele costumava realizar as compras, que incluíam drones, fuzis e até granadas, e tinha os objetos enviados ao Brasil por empresas de transporte e até pelos Correios. O cabeça que está por trás desse esquema é o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP), que se diz dono de um pedaço do Complexo de Israel, no Rio de Janeiro, onde vivem cerca de 140 mil pessoas. A denúncia foi veiculada no Fantástico desse domingo (23).

"A partir de agora, a gente já não vai parar mais não, né? Toda semana a gente vai estar comprando alguma coisa. Eu vou me programar pra semana que vem fazer uma compra de 100 mil”, diz Peixão em áudios obtidos pela Polícia Federal e divulgados pelo Fantástico, em que ele aparece negociando a compra de drones e equipamentos anti-drone com fornecedores internacionais. Ainda de acordo com a reportagem, as investigações apontam que o traficante era assessorado por Everson Vieira Francesquet, apelidado de “Deus” nas conversas com fornecedores. Everson atuava como armeiro da facção e coordenava as importações. Ele foi preso após tentar retirar um fuzil anti-drone identificado como “brinquedo eletrônico” em uma encomenda dos Correios para Nova Iguaçu.

A PF encontrou no celular de Everson mensagens com vendedores da China e do Paraguai. Os produtos eram comprados em dólar e enviados com códigos de rastreamento. Recibos da empresa DHL mostram entregas de Hong Kong para a casa de Everson. Em uma das mensagens, ele afirmou que compraria cinco equipamentos anti-drone de uma vez. "Veja a melhor forma de envio, dessa vez vou comprar 5 de uma vez. Tenho muitos clientes que querem isso", diz Peixão. Peixão também usava transportadoras locais para receber armamentos. "Eu consigo a transportadora que traz, já. Já tenho contato com a transportadora que vai trazer, até se for um fuzil. Não tem problema”, diz Peixão em áudio.

O esquema envolvia laranjas que movimentavam grandes quantias via Pix. Comprovantes mostram pagamentos de R$ 30 mil e R$ 32 mil usados na compra de armas. De acordo com O Globo, a PF afirma que a facção comprava fuzis do Paraguai por valores que variavam entre R$ 7,5 mil e R$ 15 mil. A operação revelou ainda que Everson foi preso novamente neste mês, ao se apresentar à Justiça. Ele responde por tráfico internacional de armas e participação em organização criminosa. A PF quer sua transferência para um presídio federal.

Peixão segue foragido. A Polícia Civil já fez operações para tentar prendê-lo, incluindo a destruição de um resort do tráfico construído dentro de uma favela, com academia, piscina e lago artificial. Agora, ele também é indiciado por importação ilegal de armas e equipamentos de guerra. Em nota, os Correios informaram que mantêm atuação rigorosa no combate ao envio de objetos ilícitos e colaboram com órgãos de segurança. A DHL Express afirmou que não compactua com atividades criminosas e acompanha o caso. O AliExpress declara que repudia qualquer atividade criminosa e está disponível para colaborar com as autoridades responsáveis.