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Carol Neves
Publicado em 11 de março de 2025 às 13:23
O nome de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, ganhou destaque no noticiário após uma operação conjunta das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro no Complexo de Israel. A ação, realizada nesta terça-feira (11), tinha como objetivo demolir um "resort de luxo" construído pelo traficante, líder da facção Terceiro Comando Puro (TCP). Além dos mandados de busca e apreensão executados, Peixão acumula pelo menos nove ordens judiciais expedidas entre abril de 2016 e maio de 2018, segundo o Portal dos Procurados. Ele é uma das figuras centrais do fenômeno do narcopentecostalismo, de acordo com o portal Terra. >
A operação contou com a participação de agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), responsável pelas investigações, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar. O Complexo de Israel, que engloba áreas como Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta, é um conjunto de favelas onde o tráfico atua fortemente.>
Peixão é acusado de crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa, segundo informações do Disque Denúncia. Ele se autointitula um "traficante evangélico" e justifica sua expansão territorial violenta como uma missão divina para "libertar" comunidades. Sua atuação inclui o domínio de áreas na Zona Norte do Rio, como Parada de Lucas e Cidade Alta, além de comandar uma rede criminosa que envolve roubo de cargas e ataques a facções rivais.>
Em fevereiro deste ano, a polícia apreendeu uma mansão de luxo pertencente a Peixão em Parada de Lucas, durante a Operação Torniquete. O local, que já havia sido alvo de outras ações, contava com uma piscina, área de lazer e uma Estrela de Davi esculpida acima de uma caixa d'água, simbolizando sua conexão com o narcopentecostalismo. Além disso, em 2024, Peixão é acusado de expulsar moradores que seguem o espiritismo ou religiões de origem afro da favela. Ele também proibiu igrejas católicas de Brás de Pina e Parada de Lucas de realizar missas, casamentos ou batizados, aumentando as denúncias de intolerância religiosa na região.>
Nos últimos anos, Peixão tem sido alvo constante de operações policiais. Em outubro de 2016, a Operação Boi da Cara Preta, conduzida pelo Gaeco do Ministério Público do Rio de Janeiro e pela 58ª DP (Posse), prendeu quatro policiais militares, um civil e outras 19 pessoas ligadas ao tráfico em Nova Iguaçu e Mesquita. A ação visava desarticular uma quadrilha liderada por Peixão na comunidade do Buraco do Boi, onde crianças e adolescentes eram recrutados para atividades criminosas.>