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Carol Neves
Publicado em 25 de março de 2025 às 07:23
O Supremo Tribunal Federal (STF) registrou maioria de votos para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O julgamento, realizado no plenário virtual, teve seis votos favoráveis à condenação: Gilmar Mendes (relator), Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli, que antecipou seu voto.>
A maioria dos ministros também se manifestou pela cassação do mandato de Zambelli, medida que só será efetivada após o trânsito em julgado, esgotados todos os recursos. >
No entanto, o processo foi suspenso devido a um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que tem até 90 dias para análise. >
O caso>
Zambelli responde no STF por ter sacado uma arma e apontado para um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante uma discussão na véspera do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada, alegando conduta criminosa. >
O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, destacou a gravidade da conduta de Zambelli, que perseguiu um homem desarmado em um contexto político polarizado. Em seu voto, ele determinou: >
- Perda do mandato parlamentar; >
- Cassação definitiva do porte de arma; >
- Destruição da arma apreendida pelo Exército. >
Mendes afirmou que "as prerrogativas dos parlamentares não os colocam acima da lei" e que a resposta armada de Zambelli foi desproporcional, mesmo diante de provocações verbais. >
Alexandre de Moraes reforçou que as provas demonstram "intimidação armada", enquanto Cármen Lúcia ressaltou a violação à liberdade da vítima. Flávio Dino criticou a "contradição insanável" de um representante público ameaçar um cidadão com arma de fogo. >
Defesa>
A defesa de Zambelli emitiu nota afirmando que "espera uma revisão minuciosa" do caso com o pedido de vista. Os advogados sustentam que um voto condenatório não deve prevalecer sem análise mais detalhada das provas. >
O julgamento permanece suspenso até a devolução do processo por Nunes Marques.>