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Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2024 às 23:58
A técnica de laboratório que assinou um dos laudos de órgãos infectados por HIV se entregou à polícia do Rio de Janeiro nesta terça-feira (15). Jacqueline Iris Bacellar de Assis, de 36 anos, estava foragida desde segunda (14), quando foi expedido um mandado de prisão temporária para ela e outros envolvidos no caso.
Segundo o g1, Jacqueline, que trabalhava como auxiliar administrativa no PCS Lab Saleme, chegou ao lado de dois advogados na Delegacia do Consumidor, na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio. Ela entrou sem falar com a imprensa, que chegou a questionar sobre os laudos.
A técnica diz que só cumpria funções burocráticas e que o nome dela foi usado indevidamente, junto com uma assinatura que ficava armazenada no sistema.
Carimbo e diploma falsos
O diploma de biomédica apresentado por Jacqueline não foi reconhecido pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera.
O certificado de formação foi entregue ao laboratório em agosto deste ano, como mostra uma conversa de aplicativo de mensagens. O erro nos exames fez com que seis pessoas que receberam órgãos transplantados fossem infectadas pelo HIV.
O laboratório afirma ter recebido o documento de Jacqueline no momento de sua contratação.
A Instituição de ensino informou, ainda ao g1,"que não emitiu certificado de conclusão de curso de graduação, de qualquer natureza, para a Jacqueline Iris Bacellar de Assis".
Já o PSC Lab Saleme informou a Rede Globo que a técnica enviou à empresa o diploma de biomédica e carteira profissional com habilitação em patologia clínica.
Entenda o caso
Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos infectados pelo HIV e agora testaram positivo para o vírus. O incidente é inédito na história do serviço no Estado.
A notícia foi dada pela BandNews FM na última sexta-feira (11). O incidente também é investigado pelo Ministério da Saúde e pela Polícia Civil do RJ.
“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”, declarou a SES-RJ em nota.
A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório. O caso é investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil.