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Padrasto suspeito de envenenar família no Piauí se dizia nazista e se inspirou em livro, diz polícia

A investigação apontou que Francisco tinha desprezo pelos filhos e netos da mulher, chamando-os de "primatas"

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 14:18

Francisco de Assis Pereira da Costa
Francisco de Assis Pereira da Costa Crédito: TV Clube

As mortes por envenenamento de uma família que comeu um baião de dois em Parnaíba, no litoral do Piauí, foram motivadas por ódio e tiveram inspiração nazista, segundo concluiu a polícia. Francisco de Assis Pereira e a companheira, Maria dos Aflitos, estão presos pelas mortes.

A investigação apontou, segundo a Band, que Francisco tinha desprezo pelos filhos e netos de Maria. Ele chegou a chamar as crianças de "primatas". Conversas no celular de Francisco, que foi apreendido, mostram ele expressando desejo que a enteada, Maria Francisca "sumisse". Ele a xingava, dizendo que a mulher "só procurava vagabundos", afirmando ter nojo dela. Morreram no envenenamento Maria, um irmão e três filhos dela. 

A polícia também encontrou documentos que mostram que os crimes foram inspirados em um livro nazista, a obra "Médicos Malditos", localizada na casa por investigadores. O livro detalha práticas da SS nazista, o grupo paramilitar ligado ao ditador Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

O livro tinha trechos grifados,, um deles com detalhes sobre uso de veneno para matar. "Para despistar as futuras vítimas, o produto deveria ser eficaz e sem gosto". Essa descrição coincide com as propriedades do terbufós, inseticida apontado como responsável pelas mortes no caso do Piauí. 

Além dos livros. a polícia encontrou DVDs com a temática nazista. Amigos e pessoas que trabalharam com Francisco também disseram em depoimento que ele "se declarava nazista e anticristo"." A gente percebe que as declarações dele também são extremamente racistas, em relação aos filhos da companheira, chamando-os de 'primatas', de tribo de 'índios', de 'sem cultura'", acrescenta o delegado Abimael Silva, falando ao Uol.

A família indicou que era Francisco quem controlavam os alimentos da casa, que eram mantidos em um baú trancado a chave, que ele levava pendurada no pescoço. Por conta disso, não era incomum episódios de fome entre os membros da família. "Ele levava consigo a chave em um tipo de colar no pescoço para não ter perigo de ninguém pegar. Só ele tinha acesso", disse o delegado. 

Francisco negou ser nazista e disse ser apenas um "curioso" pelo tema. "Mas se você falar meia hora, ele lhe conta a história todinha de Hitler, da Segunda Guerra, de como foi o terceiro Reich. E ele gosta, se empolga quando está falando", avalia o delegado. 

Participação da mulher

A participação da esposa de Francisco, Maria dos Aflitos, é investigada pela polícia. Mãe e avó das vítimas, ela agora é acusada de matar envenenada uma vizinha, com quem tinha uma relação amorosa, para tentar fingir que ela era a responsável pelos crimes, livrando Francisco. 

"Maria também sempre alterou e omitiu fatos e apresentou diversas contradições, também sempre excluindo o Francisco da cena do crime", afirma o delegado. 

Veja todas as pessoas que consumiram o alimento envenenado:


  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis) - morto;
  • Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) - morto;
  • Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi) - morta;
  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi e irmã de Manoel) - morta;
  • Maria Gabriela da Silva, 4 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi) - morta;
  • Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca) - recebeu alta;
  • Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) - recebeu alta;
  • Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha) - recebeu alta;
  • Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) - recebeu alta.