Sogra diz que nora que envenenou bolo tinha ciúme doentio dela: 'Me copiava'

Em um depoimento à Polícia Civil, Zeli dos Anjos, sogra da mulher presa por envenenar um bolo que matou três pessoas da mesma família, revelou que realizou um saque de R$ 400 do cartão de uma conta conjunta entre seu filho, Diego dos Anjos, e sua nora, Deise Moura dos Anjos. O crime foi em Torres, no Rio Grande do Sul, depois que os parentes comeram o bolo de reis preparado por Zeli no Natal de 2024. O envenenamento teria sido planejado por Deise, por conta de problemas familiares, e Zeli seria seu principal alvo.

No depoimento, divulgado pela CNN, Zeli afirmou que ficou desconfiada do comportamento financeiro do casal, principalmente após eles comprarem uma casa e um carro novo. “A declarante achou estranho o comportamento financeiro do casal, pois compraram casa, carro novo, dentre outros gastos”, disse. Ela também mencionou que, ao acessar a conta conjunta, descobriu um saldo de R$ 21 mil. "Pegou o cartão de Diego, pois tinha a senha, e sem ele saber, constatou que havia R$ 21 mil em conta corrente conjunta que ele tinha com a Deise", relatou.

Zeli confessou que, movida pela curiosidade, fez um saque de R$ 400, querendo saber se eles tinham controle do dinheiro e dariam pela falta do valor. Ela devolveu a quantia no dia seguinte. “Sacou somente para saber se eles tinham controle sobre o dinheiro que estava entrando, pois se estivessem fazendo algo errado, não saberiam que havia realizado o saque”, explicou. Ela alegou que, ao contar a Diego sobre o ocorrido, justificou o saque, dizendo que precisou do dinheiro.

Em outro momento do depoimento, Zeli revelou uma conversa com Deise no hospital, onde a nora, antes de ser presa, explicou a origem de um dinheiro mencionado anteriormente. “Somente agora, na cama do hospital, em Torres, a Deise disse que aquele dinheiro foi utilizado há vinte anos para fazer a obra e comprar mobília e que seria oriundo do patrão dela na época que trabalhava como auxiliadora predial”, contou Zeli.

Zeli ainda comentou sobre o comportamento possessivo e manipulador de Deise, afirmando que a nora tinha "ciúmes doentio" e até copiava seu estilo. “Afirma com certeza que Deise é dissimulada e manipuladora”, disse. Ela também relatou um teste psicológico feito no Instagram, no qual Deise se encaixava nas características de um psicopata: "Certa vez, fez um teste no Instagram em que havia 8 perguntas sobre as características de uma psicopata e a declarante (sogra) viu que Deise se encaixava nestas 8 características."

Deise foi presa no dia 5 de janeiro, e a investigação segue em andamento. Meses antes, segundo a polícia, Deise também matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, também com arsênio, só que colocado no leite em pó. A defesa da acusada informou que ainda restam diligências a serem realizadas.

Preparo do bolo

No relato sobre o preparo do bolo, Zeli descreveu os ingredientes utilizados, mencionando que usou farinha que encontrou embaixo da pia e frutas cristalizadas, mas se esqueceu de adicionar o fermento. "O glacê do bolo foi feito com o açúcar que tinha em casa", explicou. Ela também mencionou que não experimentou a massa nem percebeu qualquer odor estranho, embora tenha achado a farinha um pouco suspeita, imaginando que fosse de baixa qualidade por ser de uma doação feita para vítimas de enchentes no RS.

Por fim, o marido de Deise, Diego dos Anjos, também foi ouvido pela polícia e falou sobre a instabilidade emocional da esposa. “Deise sempre foi briguenta, se irritando constantemente com situações pequenas com as outras pessoas”, relatou ele. Diego contou ainda sobre um desentendimento ocorrido em 21 de novembro de 2024, quando Deise queria que Zeli passasse o Natal com eles, enquanto a sogra preferia ficar com suas irmãs. O conflito escalou, e Diego admitiu ter segurado Deise pelos braços, enquanto ela jogava roupas nele. Apesar disso, Diego afirmou não acreditar que sua esposa tenha envenenado a farinha.