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Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2020 às 16:50
- Atualizado há 2 anos
Serginho Trombone, um dos instrumentistas mais importantes da MPB que se faz desde os anos 1970, morreu nesta terça-feira, 7, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Serginho sentiu em casa fortes dores abdominais e foi levado para o hospital em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Lá, foi identificada uma obstrução na região abdominal e ele foi submetido a uma cirurgia. O procedimento foi realizado com sucesso, mas o músico acabou sofrendo uma parada cardíaca quando já se recuperava da operação. A informação foi confirmada por sua produção. Ele tinha 70 anos.>
O trombone de Serginho esteve em gravações fundamentais de artistas e grupos importantes. Começou praticamente com Dom Salvador e o grupo Abolição, com quem dizia "aprender a tocar de tudo." Passou anos ao lado de Tim Maia, incluindo a fase mística em que foi obrigado a pintar seu instrumento de amarelo por causa das crenças de Tim. "Tim dizia uma coisa engraçada quando eu fazia arranjos para ele: 'Coloca no máximo uma sétima, no máximo.' Ele não queria que nada soasse sofisticado demais", disse o músico ao Estado, em 2018.>
Frejat, do Barão Vermelho, foi um grande amigo, o único que lhe concedeu a dignidade de ter um álbum seu. Ele já havia lançado um em 1992, mas acabou sendo mal produzido. Frejat lançou, em 2018, Tromboneando, com temas próprios. A amizade vinha dos tempos de Barão Vermelho, quando Serginho colocou seu trombone a serviço do grupo. Um dos arranjos que ele mais se orgulhava de ter feito era o de metais que o Barão gravou em 1996 para Vem Quente que Estou Fervendo, original de Erasmo Carlos, de 1967.>
Ao lado de Jorge Ben Jor, Serginho também fez gravações clássicas. Em 1990, quando Jorge Ben amargava um sumiço das mídias, a música W/Brasil, com o arranjo todo escrito por ele, o fez explodir como nos bons tempos dos anos 1960. A lista sem fim inclui Gilberto Gil, Rita Lee, Sidney Magal, Luiz Melodia, Alcione, Ed Motta, Antônio Adolfo, Lenine, Sandra de Sá e Lincoln Olivetti, que Serginho morreu considerando seu maior professor.>