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Maysa Polcri
Publicado em 20 de março de 2025 às 06:15
Uma fala de ataque do senador Plínio Valério (PSDB/AM) contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, repercutiu entre o mundo político e fora dele nesta semana. Na sexta-feira (14), durante um evento, o político sugeriu que tem vontade de "enforcar" Marina Silva, que rebateu o ataque na quarta-feira (19). >
Em discurso público durante um evento da Fecomércio no Amazonas, Plínio Valério disse “imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”. Ele fazia referência à participação da ministra na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs.>
A resposta de Marina Silva veio na quarta-feira, cinco dias após o discurso. Ela classificou a postura do político como incentivo à violência contra mulher. “Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça de brincadeira e rindo? Só os psicopatas são capazes de fazer isso”, falou. >
As declarações de Marina Silva foram feitas durante sua participação no programa Bom Dia Ministra. “Dificilmente isso seria dito se o debate fosse com um homem. É dito porque é com uma mulher preta, de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que em muitos momentos confronta os interesses de alguns”, acrescentou. >
A ofensa repercutiu em Brasília. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se pronunciou na tribuna do Senado na quinta-feira (19) para repudiar o discurso do colega. "Não concordo com muitas posições ideológicas da ministra de Estado do Meio Ambiente em relação ao país. Mas acho que meu querido colega senador Plínio Valério precisa fazer uma referência em relação a essa fala. (...) Estamos vivendo um momento tão difícil que uma fala de um senador da República, mesmo de brincadeira, ou em tom de brincadeira, agride o que nós estamos querendo para o Brasil", disse. >
Após o discurso de Davi, Plínio Valério subiu à tribuna para responder. "Se você perguntar se faria de novo, a resposta é não, mas também não me arrependo. (...) Eu não me excedi, eu talvez brinquei fora da hora. (...) Eu não a ofendi, eu passei 6 horas e 10 minutos a tratando com decência, como merece toda mulher", falou. >
O senador acrescentou ter "certeza de que ela não se ofendeu com o que eu disse, porque ela sabe o que fez comigo" ao chamá-lo de psicopata.>