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Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2020 às 09:04
- Atualizado há 2 anos
O Ministério do Turismo (MTur) lançou o selo Turismo Responsável, uma certificação, disponível na internet, que tenta assegurar a turistas, viajantes e consumidores que o hotel ou pousada onde se instalaram e o bar ou restaurante onde fazem refeições estão cumprindo requisitos de higiene e prevenção contra a covid-19.>
O selo é gratuito e está vinculado ao Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). Deve ser colado em local de fácil acesso aos clientes e contém QR Code pelo qual o turista poderá verificar as medidas adotadas pelo estabelecimento.>
A ferramenta também possibilitará o encaminhamento de denúncias que, em caso de comprovado o descumprimento de exigências, poderá resultar em revogação do selo.>
De acordo com o ministério, a medida é a primeira etapa para a retomada de atividades turísticas, paralisadas desde março por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus.>
A iniciativa, validada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), atende preocupações de empresários do setor que querem voltar aos seus negócios, mas dando a certeza de não expor turistas, nem empregados a riscos de contágio.>
Para o secretário de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo, Bob Santos, os novos protocolos sanitários de biossegurança vieram para ficar.>
Segundo ele escreveu em artigo para a Confederação Nacional do Comércio (CNC), num primeiro momento da retomada do turismo a escolha dos viajantes “será por viagens de curta duração, em fins de semana ou feriados prolongados. Os destinos de natureza, de aventura, de base comunitária e de ecoturismo serão os mais procurados, tendo em vista a baixa aglomeração de pessoas”.>
Biossegurança para todos Esse é o caso das atrações de Alto Paraíso de Goiás, norte do estado, a cerca de 210 quilômetros de Brasília.>
“Queremos proteger o turista e dar segurança de que está sendo bem atendido, de acordo com todos os protocolos de higiene, de afastamento e distanciamento social. Precisamos também assegurar a saúde e a vida dos guias e dos moradores da cidade que vão atender os visitantes”, explica a empresária Patrícia Müller, que acompanha os entendimentos dos estabelecimentos de turismo com a prefeitura de Alto Paraíso sobre a retomada das atividades.>
Sua pousada, São Bento, fica em uma fazenda centenária com mesmo nome. No local, há três cachoeiras, uma com salto de 50 metros, tirolesa de 850 metros, passeios a cavalo e de charrete, produção de cerveja artesanal, pães, queijos e coalhadas frescas, além de céu estrelado para as noites da seca que predomina entre maio e setembro, alta temporada na região.>
Casos confirmados “Nenhum lugar do mundo está em alta temporada. Não tem saída. Nós temos que criar instrumentos de proteção e segurança”, afirma Patrícia, que teme a possibilidade de surto em Alto Paraíso. >
Até a noite da última terça-feira (9), segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, a cidade tinha três casos confirmados de covid-19.>
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade das residências em Alto Paraíso não tem “esgotamento sanitário adequado”.>
“A região não tem muita estrutura [de saúde]. Há apenas um hospital pequeno na cidade e com um único respirador. Se as pessoas dali pegarem coronavírus, inclusive populações tradicionais que são a nossa maior riqueza, com que recursos terão para se tratar?”, pergunta a empresária, que espera racionalidade na decisão de reabertura das atividades. >
“O fato de as coisas voltarem a abrir não quer dizer que as pessoas estejam seguras para sair de casa e frequentar os lugares da mesma forma que frequentavam antes”, pondera.>
Até o momento, nenhum dos 17 empregados com carteira assinada na pousada da empresária foi demitido. O estabelecimento diminuiu a jornada de trabalho ou suspendeu o contrato dos empregados. Essa, no entanto, não é a realidade de todo o setor de turismo no Brasil.>
Por causa da pandemia, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh) teme até meio milhão de desempregados na área de turismo e hospitalidade em todo o país.>
Outras projeções estimam falência de 10% de hotéis e o fechamento de um terço dos restaurantes no país.>
Além dos meios de hospedagem e refeição, o Ministério do Turismo criou protocolos de higiene e limpeza para agências de turismo; transportadoras turísticas; organizadoras de eventos; parques temáticos; acampamentos; parques aquáticos; locadoras de veículos e guias de turismo.>