Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Saúde mental: qual o melhor exercício físico para se sentir bem?

Especialistas ainda indicam o tempo ideal para realizar atividades e melhorar o cognitivo

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Foto do(a) author(a) Agência Einstein
  • Esther Morais

  • Agência Einstein

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 08:35

A prática regular de corrida melhora o humor, a resistência física e a qualidade do sono (Imagem: PeopleImages.com - Yuri A | Shutterstock)
A prática regular de corrida melhora o humor, a resistência física e a qualidade do sono  Crédito: Imagem: PeopleImages.com - Yuri A | Shutterstock

Que as atividades físicas fazem bem para a saúde, inclusive mental, já é de conhecimento público há muito tempo. Mas, afinal, qual exercício ajuda mais as funções cognitivas, chegando a até melhorar a memória, a atenção e a capacidade de planejar e executar tarefas? 

Em relação às modalidades que têm resultados mais intensos ao bem-estar mental, os aeróbios se destacam na literatura científica. “Modalidades como corrida e ciclismo têm demonstrado ser os melhores aliados da cognição e ainda aliviam o estresse e a ansiedade, entre outros benefícios, contribuindo ainda mais para a parte psicológica do praticante”, ressalta o educador físico Caio Novaes, do Espaço Einstein – Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo ele, é importante combinar essas práticas com exercícios de força para evitar lesões. Na esteira disso, um estudo recente publicado na revista Communications Psychology aponta que malhar apenas durante alguns minutos é o suficiente para beneficiar diversas áreas cerebrais.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos Estados Unidos, analisaram 113 trabalhos científicos publicados entre 1995 e 2023 que envolveram 4.390 pessoas, com idades de 18 a 45 anos. Eles concluíram que uma sessão pontual de exercícios já aprimorou diversas funções cognitivas.

Também ficou evidente que as atividades vigorosas têm os maiores efeitos no cérebro — o treinamento intervalado de alta intensidade, conhecido como HIIT, apresentou os resultados mais consistentes. A repercussão foi maior após o treino, em comparação aos testes feitos durante os exercícios. Os resultados foram mais significativos após sessões de menos de 30 minutos do que após as que ultrapassaram meia hora.

De acordo com os pesquisadores dos EUA, uma única sessão de exercícios desencadeia uma cascata de reações químicas similar à que acontece quando a pessoa treina com frequência. Isso inclui um aumento na síntese dos neurotransmissores dopamina (proporciona prazer), acetilcolina (regula a memória, o aprendizado e o sono) e ácido gama-aminobutírico, conhecido como GABA, que tem efeito relaxante. Os fatores neurotróficos — substâncias que atuam na sobrevivência, na manutenção e no desenvolvimento de células do sistema nervoso — também são estimulados.

“As atividades físicas também elevam o IGF-1 [fator de crescimento que desempenha papel fundamental no desenvolvimento celular] e, graças a tudo isso, melhoram a plasticidade sináptica, ou seja, a capacidade do sistema nervoso de se adaptar a estímulos, permitindo o aprendizado e a formação da memória, em vários locais do cérebro”, explica o neurologista Ricardo Mário Arida, chefe da disciplina de Neurofisiologia e Fisiologia do Exercício do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Melhores resultados vêm a longo prazo

Apesar da pesquisa realizada na Califórnia ter demonstrado que é possível notar melhoras cognitivas com sessões isoladas e curtas de exercícios, os especialistas ouvidos pela Agência Einstein afirmam que os efeitos da atividade regular são mais eficazes.

“Realmente, a prática realizada por períodos prolongados promove mais adaptações funcionais e estruturais no cérebro, o que chamamos de plasticidade cerebral, mais duradouras do que os exercícios pontuais”, afirma Arida.

De acordo com o neurologista, já foi demonstrado que atividades que envolvem estratégia, contato social, estímulos sensoriais e ativação mais intensa do sistema respiratório, como danças, esportes coletivos e lutas, promovem melhor neuroplasticidade.