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Sarcoma sinovial: entenda o que é o tumor raro diagnosticado em Vera Viel, esposa de Rodrigo Faro

Tipo de câncer pode acometer os tecidos moles, como músculo, gordura, tecido conjuntivo ou ósseo

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  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
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Publicado em 11 de outubro de 2024 às 10:10

Rodrigo Faro pediu orações para a mulher
Rodrigo Faro pediu orações para a mulher Crédito: Reprodução/Instram

A modelo Vera Viel, esposa do apresentador e ator Rodrigo Faro, usou as redes sociais na manhã de quinta-feira (10) para compartilhar com o público que foi diagnosticada com um Sarcoma Sinovial na coxa esquerda. A situação causou comoção entre o público, no entanto, gerou muitas dúvidas sobre a doença também. Confira as principais respostas sobre o quadro clínico. 

O que é um sarcoma? 

O sarcoma é um tipo de câncer que pode acometer os tecidos moles, como músculo, gordura, tecido conjuntivo ou ósseo, normalmente é diagnosticado tardiamente por falta de conhecimento sobre o tema. Os principais sintomas, que são dores no corpo, são comuns a outras doenças e lesões, e exames iniciais, como raio-X, podem não ser suficientes para o diagnóstico.

Como identificar? 

O conhecimento é o melhor caminho para identificar a doença ainda em suas fases iniciais. Qualquer nódulo do tamanho de uma bola de golfe, aproximadamente 4,3 cm, pouco maior do que uma bolinha de ping-pong, deve ser investigado por um especialista, pois pode ser um sarcoma.

No Brasil, médicos como a oncologista clínica Veridiana Camargo, especialista em sarcomas ósseos e de partes moles da clínica OncoStar e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), explica a importância da campanha de conscientização para os brasileiros.

“Os sarcomas são diagnosticados já em fases avançadas, porque não discutimos muito sobre o tema. Em crianças e jovens é ainda mais difícil encontrar a causa dos inchaços e dores no corpo, já que costumam ser muito ativas e se machucam brincando. Daí, um nódulo de sarcoma pode ser confundido com uma lesão simples”.

Quais os tipos?

Existem mais de 50 subtipos de sarcoma. A nomenclatura do tipo de sarcoma depende do tecido em que ele se originou. O lipossarcoma é aquele que se origina no tecido gorduroso; leiomiossarcoma se origina no músculo liso (músculo que fica ao redor das alças de intestino e na parede de vasos sanguíneos); e o rabdomiossarcoma se origina nos músculos estriados (responsáveis pela movimentação do corpo). Os exames principais para o diagnóstico são a tomografia ou a ressonância da região acometida.

Quais os principais públicos acometidos? 

Veridiana disse que “80% dos casos de sarcoma são em adultos, acima dos 40 anos, geralmente em partes moles. Já os outros 20% são diagnosticados em crianças e adolescentes, sendo os mais comuns os ósseos, como o osteossarcoma e o sarcoma de Ewing, e os rabdomiossarcomas, que ficam entre músculos e ossos”.

Adolescentes com dores e edemas persistentes na região do joelho merecem uma atenção especial e investigação do caso com raio-X ou outros exames de imagem, o que ajuda no diagnóstico diferencial de tumores ósseos benignos e malignos. “Inchaço abdominal, muitas vezes sem emagrecimento associado, podem também indicar sarcoma. Também é importante ficar atento a sangramento nas fezes associado a anemia, pois pode ser um tumor gastrointestinal”.

A médica explica que como o Brasil é um país com bastante jovens, os sarcomas ósseos tem uma certa incidência. “E os sarcomas relacionados à infância e à adolescência têm uma incidência alta, como o rabdomiossarcoma, os osteossarcoma e entre os de partes moles, nos adultos, tem os leiomiossarcoma e os lipossarcomas”.

É comum?

A incidência exata desse tipo de câncer no País ainda é desconhecida. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) não registra o total de pacientes acometidos por esse tipo de tumor. De acordo com o artigo científico que analisou a incidência de câncer nos cinco continentes, estima-se que a incidência seja de 4 a 6 mil casos ao ano no Brasil. Nos Estados Unidos, o número é ainda mais elevado, são 12 mil casos ao ano.

Qual o tratamento?

O tratamento principal é a cirurgia. “O que temos ressaltado nesse Julho Amarelo também é que a cirurgia tem que ser feita por especialista, ou seja, um ortopedista oncológico, ou um cirurgião oncológico, porque precisa ser removida toda a parte de musculatura normal para que esse tumor não volte nesse mesmo lugar. Quando está com mais de 5 centímetros e é considerado agressivo pelo patologista, é importante fazer a radioterapia. Já a quimioterapia a gente discute caso a caso”, explica a especialista.

Famílias com síndromes hereditárias, como Li-Fraumeni e Neurofibromatose, devem ser acompanhadas com uma maior atenção pelo alto risco de desenvolver sarcoma, porém não existe exame preventivo. “Havendo dor persistente em regiões do corpo, como coxas, joelhos e braços, é sempre importante tentar sentir se há presença de nódulo no local. Os exames indicados para um diagnóstico correto são tomografia e ressonância, mas, em alguns casos, o raio-X pode captar a presença do nódulo. Em suspeita dos sintomas, consulte um oncologista para que o tratamento seja iniciado o quanto antes”, finaliza a médica.