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Monique Lobo
Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 17:15
Conhecido por revolucionar as comissões de frente do Carnaval carioca, o coreógrafo e carnavalesco Fábio de Mello, morreu na terça-feira (28), aos 61 anos. A causa da morte ainda não foi informada. Ele convivia com a Síndrome de Guillain-Barré. >
Fábio de Mello nasceu em 1963, no Rio de Janeiro. Se formou como coreografo e encenador de espetáculos de dança, ópera e teatro no Conservatório de Amsterdam. Atuou como diretor teatral, coreógrafo, comandante de ópera e iluminador teatral brasileiro. Como bailarino, foi responsável pela criação do Ballet Contemporâneo do Rio de Janeiro. Ele também trabalhou com o designer Hans Donner na criação e direção de aberturas de atrações da Globo.>
No entanto, foi com as escolas de samba que ganhou maior notoriedade. Começou em 1992, na Imperatriz Leopoldinense, onde ficou até 2007. Lá, ganhou 12 notas máximas seguidas dos jurados, cinco Estandartes de Ouro e cinco títulos de escola campeã do Carnaval. >
Ainda teve passagens pelas escolas de samba Beija-Flor, Unidos do Viradouro e Mocidade Independente de Padre Miguel, onde ganhou o sexto Estandarte de Ouro. Em 2015, retornou à Imperatriz Leopoldinense e conquistou mais um Estandarte.>
"O trabalho irretocável de Fábio, numa parceria memorável com a carnavalesca Rosa Magalhães, fez dele um dos maiores vencedores do Estandarte de Ouro no Carnaval —- 6 estandartes pela Imperatriz—- além do mesmo, com seu estilo próprio, contribuir com 5 dos 9 campeonatos da Rainha de Ramos", destacou a Imperatriz em uma postagem no Instagram. >
A partir de 2017, passou a sofrer com os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré. A doença é um distúrbio autoimune geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou até ausência de reflexos. Ele também sofreu um golpe financeiro e precisou se mudar para a área rural de Nova Friburgo. Em 2022, parentes do corógrafo chegaram a abrir uma vaquinha oline para arcar com o seu tratamento.>
“Fábio de Mello foi, para mim, o grande coreógrafo de comissão de frente da história. Pensou coreografias a partir da peculiaridade da Sapucaí: palco vertical, em movimento, com o público acima do show. Seus movimentos sequenciados, com os componentes desenhando espécies de flechas na pista marcaram a forma moderna do quesito”, disse o jornalista e escritor Fábio Fabato, em entrevista ao G1.>