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Carol Neves
Publicado em 13 de novembro de 2024 às 17:38
A cirurgiã plástica Daniele Barreto, foi presa na terça-feira (12) suspeita de mandar matar o marido, o advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Junior, de 42 anos. Outras quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no caso. O crime aconteceu no dia 18 do mês passado.
Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Thiago Leandro, as investigações iniciais tinham duas vertentes. “Por ele ser advogado criminalista, ele tinha uma clientela do crime organizado, de facções criminosas. Focamos muito nessa linha de investigação, mas também tínhamos uma vertente passional”, explicou ele ao G1SE.
A Polícia Civil de Sergipe deu detalhes do caso em coletiva nesta quarta. A investigação apontou que a médica contratou dois homens para matar o marido e o filho dele, de 20 anos, que ficou ferido no atentado, mas sobreviveu. Ela planejou o crime com ajuda de uma amiga e de uma funcionária, segundo a polícia.
Quem é a médica
Médica famosa em Aracaju, Daniela tem 145 mil seguidores no Instagram, onde costuma divulgar a rotina de trabalho como cirurgiã, mas também parte de sua vida policial. O registro de atuação dela estava atualmente em Sergipe, mas ela já atuou na Bahia e no Rio, segundo informações do Uol. O Conselho Regional de Medicina de Sergipe diz que não vai se pronunciar sobre o assunto, por se tratar de algo referente à vida privada da profissional.
Daniela e Lael estavam junto há pelo menos 10 anos e juntos tinham um filho. O advogado mostrava um lado romântico nas redes sociais, com fotos de viagens a dois e mensagens românticas para a mulher.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da médica.
Como foi o crime
Segundo a polícia, o advogado e o filho foram seguidos desde que saíram de casa. Lael e o filho foram até a lanchonete a pedido da própria Daniela.
"Eles foram comprar um açaí para consumirem em casa. Isso foi um pedido da esposa", diz a delegada Juliana Alcoforado, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Câmeras de segurança registraram uma imagem que mostra que um carro chegou no momento em que Lael e o filho saíram do prédio. O veículo acompanhou as vítimas e participou do crime. A delegada diz que ao ver isso, a polícia notou que havia informações privilegiadas por parte dos criminosos. "Alguém passou o momento exato em que eles saíram de casa. Fomos investigar e vimos que só a esposa estava em casa", diz a delegada, de acordo com o Uol.
Além do carro, uma moto com duas pessoas acompanharam o advogado e o filho. Eles pararam para comprar o açaí e na volta continuaram sendo seguidos. Em um retorno, a moto emparelhou com o carro e começaram os tiros.
A motivação do crime ainda é investigada, mas o casal tinha muitos conflitos. "Existia até a suspeita, por parte da vítima, de caso extraconjugal que teria levado a uma briga ocorrida entre o casal na véspera. Temos imagens dessa discussão que ocorreu onde a esposa tem uma clínica", explica a delegada.
Os assassinos foram contratados pela médica com ajuda da secretária e de uma amiga, diz a polícia."Temos imagens tanto da esposa, quanto de sua amiga, em um bairro periférico (onde os executores teriam sido contratados) alguns dias antes. Inclusive, no dia do crime, a amiga e a secretária da esposa estavam nesse bairro, em um carro, e receberam os dois indivíduos responsáveis pela ação delitiva. A partir daí não havia mais dúvidas da participação delas também no crime", avalia a delegada.
As imagens também mostram duas mulheres dentro do veículo Polo, que teriam orientado os atiradores na moto. Logo quando pai e filho saem da lanchonete, uma delas faz um sinal para a moto acompanhar. As duas mulheres seriam a secretária e a amiga da médica.