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Regina Duarte deixa Secretaria de Cultura do governo

Bolsonaro diz que ela estava com saudades da família e assumirá posto em SP

  • D
  • Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2020 às 10:06

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

A atriz Regina Duarte deixou o cargo de secretária especial de Cultura do Brasil. Ela vai assumir o comando da Cinemateca em São Paulo, o que chamou de "presente". O anúncio foi feito em um vídeo publicado pelo presidente Jair Bolsonaro em que os dois aparecem lado a lado, negando que houve uma "fritura" da então secretária pelo governo.

"Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias", escreveu Bolsonaro.

No vídeo publicado, os dois tentam brincar com os relatos de que Regina vinha sendo "fritada" por Bolsonaro. "Vim aqui perguntar ao presidente se ele está realmente me fritando... Tá me fritando, presidente?", diz, sorrindo. "Toda semana, segundo a mídia, tem sempre um ou dois ministros sendo fritados", critica Bolsonaro. Ela então diz que acaba de "ganhar um presente" "que é um sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual", contando então que vai assumir o comando da Cinemateca. 

"Vou ficar ali, secretariando o governo dentro da Cultura, na CInemateca. Pode ter um presente melhor que isso?". Bolsonaro diz que Regina quer ajudar o Brasil e que deseja a felicidade dela. "Fico muito feliz com isso. Chateado, porque você se afasta do convívio nosso em Brasília..", diz.

A atriz relata estar sentindo saudades da família. "Tô sentindo muita falta dos meus netos, dos meus filhos, minha família, à qual fui sempre ligada. Então é um presente duplo: a CInemateca e também estar próxima da minha família, que eu to desejando muito".

Durante sua gestão, Regina foi criticada por colegas por vários motivos, incluindo não emitir notas de pesares após mortes de nomes significantes da cultura e por não anunciar nenhum auxílio para a classe durante a pandemia do coronavírus.

Outro ator cotado Na tarde de ontem, Bolsonaro almoçou com o ator Mario Frias no Palácio do Planalto. O encontro ocorreu após Bolsonaro ter postado nasredes sociais um vídeo de uma entrevista de Frias concedida à CNN Brasil no qual ele fala sobre a atual secretária da Cultura, Regina Duarte e se oferece para o cargo. Frias é cotado para substituir Regina.

Na entrevista, concedida no último dia 6, Frias diz que "torce por Regina", mas se oferece para ajudar no governo caso haja uma mudança. "Pro Jair, cara, o que ele precisar eu tô aqui. Eu torço demais pra Regina, eu sou fã dela, mas pelo Brasil eu tô aqui, o que for preciso. Respeito o Jair demais, vejo o Brasil com chance de finalmente ser respeitado", disse.

A entrevista com o ator ocorreu no mesmo dia em que Regina havia se reuniu com Bolsonaro no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente havia demonstrado insatisfação pública com a atuação da secretária e o renomeado o maestro Dante Mantoavani no comando da Funarte. O maestro havia sido afastado do cargo logo após a posse da nova secretária. No fim do dia, a nomeação foi suspensa, mas o gesto foi visto no governo como um processo de "fritura" de Regina. Depois do encontro, em outro gesto considerado como parte do processo de "fritura", o número 2 da pasta, o secretário especial adjunto, Pedro José Vilar Godoy Horta, foi exonerado do cargo. A demissão, publicada em edição extra do Diário Oficial de sexta-feira, 15, levou a assinatura do ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto. Como revelou o Estadão, Bolsonaro estava incomodado com a ausência de Regina em Brasília e acredita que a secretária é suscetível ao setor "todo de esquerda". Já a secretária se sente desprestigiada e pressionada pela "ala ideológica" do governo.