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Queijo minas artesanal se torna patrimônio cultural da humanidade

Reunião da Unesco sacramentou a decisão nesta quarta (4)

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 11:26

Queijo minas artesanal
Queijo minas artesanal Crédito: Divulgação/Secult-MG

O modo de fazer o queijo minas artesanal se tornou patrimônio cultural imaterial da humanidade em uma reunião das Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), nesta quarta-feira (4), em Assunção, no Paraguai. O queijo minas já tem o selo brasileiro de patrimônio cultural.

Uma mensagem da ministra da Cultura Margareth Menezes foi exibida durante a reunião da Unesco. “Estou aqui rapidamente para festejar junto essa conquista, que o queijo de Minas do Brasil, o modo de fazer o queijo de Minas, agora é patrimônio imaterial da humanidade. Agradeço muito toda essa articulação para tombar esse alimento tão precioso, que reúne agricultura familiar, preservação de saberes também, isso é muito importante. É realmente uma maneira muito especial da gente preservar nossa memória e o saber do nosso povo”, celebrou.

Uma representante do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) esteve presente na reunião e ressaltou que o reconhecimento internacional "destaca a importância do conhecimento ancestral e da produção sustentável de comida”.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, usou as redes sociais para comemorar a novidade. "É nosso e tá conquistando o mundo inteiro! Os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal agora é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco! Uma tradição dos nossos produtores de queijo que há mais de 300 anos nos enche de orgulho e gera emprego e renda pros mineiros", escreveu.

A busca pelo reconhecimento foi iniciada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Século) e pelo Iphan, em parceria com associações de produtores e outras entidades. A candidatura foi oficialmente lançada em 2022 durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro.

Na apresentação da candidatura à Unesco, o Iphan defendeu que a produção artesanal do queijo minas é uma tradição de mais de 300 anos e que faz uso de técnicas ancestrais passadas de geração para geração, ajudando a preservar o modo de vida e memória das comunidades.

A produção tradicional envolve todo o processo de manejo do gado leiteiro até a comercialização. Cada região tem um vínculo dos produtores com a comunidade e seu modo específico de fazer o queijo.

O Instituto Mineiro de Agropecuária identifica atualmente 10 regiões de Minas como produtoras do queijo minas artesanal. São elas Canastra, Serra, Triângulo Mineiro, Serra da Ibitipoca, Diamantina, Cerrado, Serra do Salitre, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Araxá e Campo das Vertentes. Ao todo, são 106 cidades.

Minas Gerais conta com cerca de nove mil produtores de queijo minas artesanal, gerando aproximadamente 50 mil empregos diretos e indiretos, segundo estimativa do governo. Anualmente, são produzidas cerca de 40 mil toneladas do queijo, com uma renda gerada que ultrapassa R$ 2 bilhões por ano.

No Brasil, já são reconhecidos como patrimônio cultural imaterial da humanidade outras seis expressões culturais: o samba de roda do Recôncavo Baiano; a arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi; o frevo, do Recife; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; a roda de capoeira; e o Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.