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Carol Neves
Publicado em 20 de março de 2025 às 08:19
O medicamento Mounjaro, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, será lançado no Brasil no dia 7 de junho, com um preço máximo sugerido de R$ 3.627,82 por caneta, que contém quatro doses suficientes para um mês de tratamento. O remédio, que tem como princípio ativo a tirzepatida, mostrou-se 47% mais eficaz na perda de peso em comparação ao Ozempic, segundo estudos realizados pela própria empresa. O valor da medicação é sugerido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), da Anvisa, e ainda não há definição exata do valor de mercado.>
A tirzepatida, que integra a classe dos análogos de GLP-1, age como um duplo agonista, simulando não apenas o hormônio GLP-1, mas também o GIP. Esse mecanismo promove a sensação de saciedade, reduz a velocidade da digestão e estimula a produção de insulina, sendo eficaz tanto para o tratamento de diabetes tipo 2 quanto para a perda de peso. Nos Estados Unidos, a substância já é aprovada para obesidade sob o nome de Zepbound, e a Anvisa avalia a mesma indicação no Brasil. >
Enquanto o Mounjaro ainda não está disponível no mercado brasileiro, exceto por importação limitada (até seis caixas por paciente), o Ozempic e o Wegovy, ambos à base de semaglutida, dominam o cenário dos análogos de GLP-1 no país. No entanto, estudos comparativos mostram que a tirzepatida leva a uma redução média de 20,2% do peso corporal, contra 13,7% da semaglutida. Além disso, 31,6% dos usuários de Mounjaro perderam pelo menos 25% do peso, em comparação a 16,1% dos que usaram semaglutida. Os dados da pesquisa foram divulgados por O Globo. >
Apesar dos efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas e diarreia, serem comuns em ambos os medicamentos, a tirzepatida tem se mostrado uma opção promissora não apenas para diabetes e obesidade, mas também para outras condições, como doenças cardiovasculares e demências. >
A Anvisa ainda avalia a aprovação para uso contra obesidade. “Temos mais de um bilhão de pessoas que vivem com obesidade no mundo e, no Brasil, um em cada quatro adultos têm obesidade. Essa doença crônica é um grande desafio de saúde pública — temos estudos que mostram mais de 200 complicações relacionadas. Por isso, novos tratamentos com resultados tão positivos são importantes para contribuir para a vida de quem convive com essa doença tão prevalente”, diz Luiz Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly do Brasil, em nota divulgada no ano passado. >