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Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 16:07
Uma professora foi demitida após beijar um estudante de 14 anos em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A professora confessou sobre o beijo por mensagem de texto enviada a uma aluna. Na conversa, a docente afirmou que queria "transar com ele".
A professora trabalhava na escola municipal Vereador Felipe Avelino Moraes e o menino está no 9º ano do ensino fundamental. Ela contou à aluna que encontrou o estudante e um amigo na rua. Depois, eles foram ao mercado, e ele a levou para casa. "Eles me trouxeram para casa. Aí, aconteceu", conta ela nas mensagens.
A docente foi denunciada à diretoria da escola pela mãe da aluna para quem enviou as mensagens. Após o caso ganhar repercussão, tanto a estudante que recebeu as mensagens da professora quanto o melhor amigo dela passaram a receber ameaças de colegas e, posteriormente, o adolescente foi agredido por outros três alunos. Um deles seria o que teria beijado a professora. O jovem agredido chegou a ser hospitalizado.
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), informou que a professora foi demitida por má conduta e afirmou que a direção da escola reportou o caso ao conselho tutelar.
Segundo o advogado Ariel de Castro, especialista em direitos da infância e da juventude, é possível que se apure o crime de assédio sexual, caso fique claro que a professora tenha usado seu cargo e sua função para assediar o aluno.
A empresária e mãe do aluno agredido contou à reportagem do G1 que a diretora da escola permitiu que a professora tivesse acesso ao nome da autora da denúncia, o que desencadeou as ameaças e a agressão.
De acordo com ela, horas após a mãe da aluna fazer a denúncia, o filho dela e a amiga dele foram cercados por sete alunos, sendo um deles o adolescente que teria sido beijado pela professora. A dupla conseguiu correr para dentro da escola.
"Quando ele chegou na esquina de casa, eles já estavam esperando por ele. Foi premeditado", contou ela.
As mães acionaram a Guarda Civil Municipal (GCM) e registraram um boletim de ocorrência de ameaça, no 3º Distrito Policial da cidade. Helena disse que os alunos não pararam de intimidar o filho, que deixou de ir e voltar da escola sozinho.
O adolescente foi agredido com chutes e socos. A agressão só parou quando uma vizinha interviu no meio da confusão. O menino foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) com ferimentos na boca.
Três dias depois, o adolescente começou a sentir dores abdominais e foi levado pela mãe ao hospital. Foi constatado um hematoma interno causado pelas agressões. Desde sexta-feira (17), ele está internado sem previsão de alta médica.
"Ele foi agredido por achismo [...]. Eu estou revoltada, indignada [...]. Esses alunos falaram que ele estava apanhando por conta do ocorrido com a professora e ainda falaram o seguinte: 'Sorte que a sua mãe vai chorar na porta da delegacia porque o certo é ela chorar na porta do cemitério'. No meu ponto de vista, isso é uma ameaça de morte".
A Prefeitura de Praia Grande disse lamentar as agressões sofridas pelo aluno e não compactuar com essas atitudes. O município afirmou que adotará ações de conscientização com os estudantes para que novos casos do tipo não aconteçam.
Após as agressões, a mãe do menino agredido foi até a escola questionar a diretoria sobre as providências tomadas sobre o assunto. Segundo ela, a responsável pela unidade de ensino disse que ainda não tinha comunicado aos pais dos alunos, inclusive os do garoto que teria sido beijado pela professora.
O advogado do menino agredido, Thiago Rodrigues, informou à reportagem do G1 que entrará com uma denúncia no Ministério Público (MP) para apuração da conduta da professora e da diretoria da unidade de ensino. Em relação às agressões, um inquérito policial será instaurado para investigar o caso.
"A diretora deveria ter tomado cuidado, averiguado a situação e tomado a providência necessária em relação à professora e preservado a criança", afirmou o advogado.
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado no 3º DP de Praia Grande, onde é investigado. A autoridade policial realiza diligências para intimar todos os envolvidos e esclarecer os fatos. Detalhes serão preservados por envolver menor de idade.