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Wladmir Pinheiro
Estadão
Publicado em 12 de março de 2025 às 16:50
O professor José Maurício Rosolen, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, foi afastado do cargo após 16 alunas realizarem denúncia de assédio sexual e moral. Professor da USP desde 1997, ele era alvo de averiguação preliminar desde setembro do ano passado. >
Este é o segundo professor da USP afastado por denúncias de assédio somente neste ano, segundo o Jornal Estado de S. Paulo. O Estadão entrou em contato com o docente e aguardava retorno, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto.>
De acordo com nota da faculdade, "foi instaurado um processo administrativo disciplinar em desfavor do docente. Para preservar os envolvidos e para que o processo ocorra sem influências das partes, ele foi afastado de suas atividades pelo prazo de 180 dias". E ainda: "Reiteramos que a FFCLRP repudia qualquer forma de assédio, discriminação e conduta inadequada, reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico ético e respeitoso.">
Segundo o regimento interno da USP, o processo administrativo tem prazo de 90 dias para ser concluído. Ele parte da audição das denunciantes e do exame das provas da acusação e, em seguida, parte para a análise da defesa. Segundo as denúncias, havia "um acordo tácito" entre os alunos para que nenhuma mulher fosse deixada sozinha com o professor tanto na sala de aula, quanto no laboratório.>
Ainda de acordo com as denunciantes, ele se aproximava das alunas, tentando estabelecer alguma conexão, fazendo convites, oferecendo viagens e passeios. O assédio escalava para tentativas de beijos forçados e toques em suas partes íntimas. Quando não havia reciprocidade, ele retaliava com ameaças de cortes de bolsas de estudo.>
Caso na Faculdade de Direito>
No início do mês, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) instaurou um processo administrativo disciplinar contra o professor Alysson Leandro Barbate Mascaro. O docente é suspeito de assediar dez alunos. A medida ocorreu após o término dos trabalhos da apuração preliminar das denúncias. O professor foi afastado em dezembro e, segundo a Instituição, permanecerá fora dos quadros da Universidade por mais 120 dias. Mascaro nega as acusações.>
A Comissão que investiga o caso terá o prazo de 90 dias (prorrogáveis, se necessário) para conclusão dos trabalhos, contados a partir da citação. A depender das conclusões, o professor poderá ser exonerado.>
O primeiro afastamento cautelar foi publicado em portaria em dezembro de 2024 e solicitado pelo Presidente da apuração preliminar. No documento, o diretor afirmava que havia "fortes indícios de materialidade dos fatos e que estes envolvem possível enquadramento típico de assédio sexual vertical".>