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Perla Ribeiro
Publicado em 25 de março de 2025 às 13:26
O procurador geral da república, Paulo Gonet, afirmou que a "responsabilidade" pelos atos contra a ordem democrática são de "organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro". O trecho integra parte do relatório da denúncia contra o ex-presidente da república em processo movido no Supremo Tribunal Federal (STF). A Primeira Turma do STF iniciou, nesta terça-feira (25), a primeira sessão para analisar se deve ser recebida a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. A PGR é o órgão de cúpula do Ministério Público Federal que atua em casos criminais que tramitam no STF. As informações do G1.>
Segundo Gonet, as ações seriam baseadas em um "projeto autoritário de poder". Além do relatório, durante a sessão do julgamento, que começou na manhã desta terça-feira (25), Gonet fez uma "sustentação oral" que durou 30 minutos. Em sua fala, ele diz que "a documentação encontrada nas ações policiais permite situar a data de 29 de julho de 2021 como aquela em que Jair Bolsonaro deu curso prático ao plano de insurreição". Durante sua explanação, o procurador geral da república ressaltou ainda que "a decisão dos generais, especialmente dos que comandavam regiões, e do comandante do Exército de se manterem no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, mesmo tentado, mesmo posto em curso, não prosperasse".>
Em sua fala, o procuradora geral da república também listou outros atos praticados pelo ex-presidente. Citou a conduta de Bolsonaro na disseminação de ataques às urnas, lembrou a reunião ministerial de julho de 2022, em que se falou de "uso da força" e citou as ocorrências após o segundo turno das eleições, como os acampamentos que pediam intervenção militar. Também citou o 8 de janeiro, com o ataque às sedes dos Três Poderes e disse que fatos citados pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, estão confirmados por outros elementos de prova.>
"A documentação encontrada nas ações policiais permite situar a data de 29 de julho de 2021 como aquela em que Jair Bolsonaro deu curso prático ao plano de insurreição", afirmou Gonet. Ainda na fala, o titular da PGR pontuou que: "Nesse dia, [Bolsonaro] realizou transmissão ao vivo das dependências do Palácio do Planalto pela internet, em que retomou críticas já provadas insubsistentes ao sistema eletrônico de votação. A partir daí, os pronunciamentos públicos progrediram em agressividade aos poderes constituídos", prosseguiu o procurador-geral.>