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Proclamação da República: entenda a simbologia da data para o brasileiro

Data é celebrada no dia 15 de novembro

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 11:52

Proclamação da República: entenda a simbologia da data para o brasileiro Crédito: Reprodução / Senado Federal 

A Proclamação da República, celebrada no dia 15 de novembro, marca um dos momentos mais significativos da história do Brasil, no entanto, ainda gera dúvidas. Apesar de ser feriado nacional, a data muitas vezes é confundida com o Dia da Independência, celebrado em 7 de setembro. Por isso, o cientista político e professor de Direito Constitucional do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Alessandro Costa, esclarece como tudo aconteceu. 

Segundo Costa, os dois eventos são fundamentais, mas refletem momentos e objetivos históricos distintos: “A Independência, em 1822, simbolizou o grito de soberania do jovem Estado brasileiro, enquanto a Proclamação da República, em 1889, representou o rompimento com a monarquia e a redefinição da estrutura política. Ambos moldaram a formação da identidade nacional, mas a república buscava afirmar a figura do cidadão em substituição ao súdito do império", afirma. 

De acordo com o docente do CEUB, a transição do status de súdito para cidadão brasileiro foi um processo que levou tempo e enfrentou inúmeras limitações. Embora a república representasse uma nova organização política, a estrutura da pirâmide social permaneceu praticamente inalterada. "As camadas mais baixas, compostas em grande parte por ex-escravos e seus descendentes, continuaram em posição desprivilegiada. Somente as oligarquias locais, as camadas mais altas da sociedade, inicialmente se beneficiaram, assumindo o poder e moldando o novo sistema político a favor de seus interesses próprios", explica.

Após o ato da proclamação, o professor considera que o cenário começou a mudar à medida que o sistema republicano foi consolidando direitos e garantias para a população. Para Costa, a atual Constituição foi fundamental nesse processo, pois incorporou plenamente os direitos e garantias individuais dos cidadãos, ampliando a rede de proteção e assegurando a cidadania a todos os brasileiros. "A Constituição de 1988 cumpre esse papel ao consolidar direitos que, anteriormente, não tinham a mesma proteção e aplicabilidade", ressalta o especialista.

A título de curiosidade: do latim res publica, que significa “coisa pública”, a palavra República reforça a noção de que os bens e os interesses do Estado pertencem ao povo. Nesse sentido, o docente do CEUB salienta a importância desse princípio no texto constitucional. "Nossa Constituição deixa claro, no artigo 1º, que ‘todo o poder emana do povo’, o que fundamenta a noção de que o Estado deve satisfazer as necessidades de seus cidadãos, protegendo seus direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade, à educação e à cultura”.

Sobre a ideia de ser um cidadão republicano, Alessandro explica que o conceito se baseia em indivíduos que acreditam na igualdade civil e no equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que atuam como contrapesos. “Ser republicano é respeitar os direitos de todos, acreditar na lei e na democracia, preservando a ética pública e os valores que fundamentam a república”, finaliza o cientista político.