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Perla Ribeiro
Publicado em 16 de março de 2025 às 11:21
As investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Mato Grosso apontaram que Nataly Helen Martins Pereira, 25 anos, procurava nas redes sociais gestantes que pudessem ser alvo para concretizar seu golpe de roubar um bebê. Ela acabou presa, na última quarta-feira (12), pelo assassinato de Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, em Cuiabá. De acordo com a polícia, a adolescente, que estava no nono mês de gestação, foi morta para ter o bebê roubado. Nataly passou por audiência de custódia nessa sexta-feira (14) e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. Ela confessou à Polícia Civil que cometeu o crime sozinha, motivada pelo desejo de ficar com o bebê, após ter sofrido dois abortos espontâneos.>
De acordo com informações da polícia, Nataly, que foi presa após tentar registrar o bebê recém-nascido em um hospital de Cuiabá, na última quinta-feira (13), responderá pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação de cadáver e por registrar como próprio um parto de outra pessoa. Outros três suspeitos - o marido, o irmão e um amigo da autora - foram conduzidas para a delegacia. Eles foram ouvidos e liberados. Segundo a polícia, não havia elementos contra eles para lavratura do flagrante. Segundo o delegado titular da DHPP, Caio Fernando Alvares Albuquerque, apesar de liberados, as investigações serão aprofundadas para apurar o envolvimento desses três investigados.>
Vídeos divulgados pelo G1 Mato Grosso mostram que Nataly tentou contato com outras gestantes através das redes sociais, se oferecendo para “adotar” os bebês. Em uma das conversas com uma gestante, no intuito de concretizar o plano de roubar um recém-nascido, Nataly diz que a criança seria para uma amiga. “Queria ver com você, se não conhece alguém gestante e que não pode cuidar do neném e queira doar. Eu estou gestante! Mas, tem uma moça do meu trabalho que está querendo adotar porque ela não pode ter filho. Ela quer levar a pessoa no médico, fazer todo o acompanhamento”, disse Nataly em um dos áudios enviados.>
Nas conversas, ela argumenta que a suposta colega de trabalho que estaria interessada na adoção do bebê já estava com uma gestante disposta a dar o bebê para adoção, mas que a interessada acabou voltando atrás após descobrir que a grávida não tinha feito o devido acompanhamento da gestação. “Tinha uma moça que queria doar para ela [a suposta colega de trabalho] que estava de sete ou oito meses por aí. Só que, como não fez acompanhamento, ela não quis pegar. Porque assim, a gente não sabe como está o exame da mãe. Ela quer fazer as coisas certinhas”, transcreve a reportagem do G1 Mato Grosso.>
Emilly estava desaparecida desde a tarde de terça-feira (12), quando saiu de sua casa em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, para buscar doações de roupas na casa de Nataly, que havia conhecido pela internet, no bairro Jardim Florianópolis, na capital. O corpo da adolescente foi encontrado no quintal da casa do irmão de Nataly. Segundo a Polícia Civil, o corpo foi localizado nos fundos da casa localizada no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, pela equipe da Divisão de Referência à Pessoa. O delegado Caio Albuquerque informou na ocasião que o corpo da vítima foi encontrado em uma cova rasa, com sinais de enforcamento com fios de internet e cortes na barriga para a retirada do bebê. Havia sinais de que a vítima tentou se defender, mas foi morta.>