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Prefeito corta fios e desativa radares em cidade de SP: 'Combate à indústria da multa'

18 radares foram instalados sem estudos técnicos exigidos por lei para a instalação desses dispositivos, diz nova gestão

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 08:33

Prefeito Vinícius Camarinha desativando radares
Prefeito Vinícius Camarinha desativando radares Crédito: Divulgação

O novo prefeito de Marília (SP), Vinicius Camarinha (PSDB), gerou polêmica nas redes sociais ao publicar um vídeo cortando os fios dos radares de trânsito da cidade com um alicate. A ação, realizada no início de janeiro, reflete a decisão de desativar os 18 radares instalados pela gestão anterior. Camarinha afirmou que sua medida é um "combate à indústria da multa", ressaltando a ausência de estudos técnicos exigidos por lei para a instalação desses dispositivos, algo que foi revelado pelo portal local Marília Transparente (Matra).

De acordo com a publicação, o estudo técnico para a instalação dos radares, que deveria ter sido feito antes da implementação, só foi produzido posteriormente. Além disso, o engenheiro responsável pelos estudos também havia assinado documentos semelhantes para a instalação de radares em Avaré (SP), onde uma CPI investigou suspeitas de corrupção envolvendo a empresa Talentech, que venceu a licitação para os radares em Marília. O Matra revelou que o engenheiro admitiu à CPI que não visitou todos os pontos de instalação e fez as análises usando apenas o Google Maps.

Apesar da polêmica, Camarinha usou os números de sinistros e óbitos para justificar sua decisão. Em 2022, Marília registrou 1.507 acidentes, número que caiu para 1.302 em 2023 e para 1.116 em 2024. Porém, o número de mortes no trânsito permaneceu relativamente estável, com 25 mortes em 2022, 32 em 2023 e 27 em 2024. Camarinha afirma que os radares não impactaram positivamente a redução dos acidentes e que as mais de 80.000 multas aplicadas no ano passado apenas penalizaram a população trabalhadora.

Segundo o Uol, o advogado Marco Fabrício Vieira, conselheiro do Cetran-SP, alertou que a instalação de radares sem os estudos técnicos necessários pode configurar improbidade administrativa, especialmente se houver corrupção envolvida. Ele explicou que, embora os municípios tenham a responsabilidade de gerenciar o trânsito, a instalação e remoção dos radares deve seguir a legislação federal, com estudos técnicos prévios. No caso de Marília, a remoção dos radares pode ser legal, mas é essencial que seja comprovada a irregularidade no processo.

Em resposta, o procurador-geral do município, Estevan Marino, afirmou que a decisão de desativar os radares está fundamentada e será auditada, com base em indícios de irregularidades.

Camarinha também prometeu transferir os recursos antes usados nos radares para ações educativas que possam ter um impacto mais efetivo na redução dos acidentes. "Tenho certeza de que o povo de Marília vai colaborar", disse o prefeito, que considera as multas como uma medida punitiva que não educou a população.