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Rede Nordeste, JC
Publicado em 18 de maio de 2024 às 14:12
O policial penal Claudomerisson José do Nascimento, de 54 anos, que confessou ter atirado no professor de dança Marlon de Melo de Freitas da Luz, 31, em Olinda, virou réu. A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nessa sexta-feira (17). Além de responder por homicídio qualificado, o policial penal teve a prisão preventiva decretada e foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
De acordo com a denúncia do MPPE, as investigações da polícia indicaram que o crime, ocorrido na manhã de 4 de maio deste ano, foi motivado por uma briga de trânsito na Avenida Antônio da Costa Azevedo, no bairro de Peixinhos.
"A vítima teria proferido palavras depreciativas contra o acusado, que, por sua vez, teria atirado na vítima e fugido do local. A autoridade policial frisou que foram obtidas imagens de câmeras de segurança do local, dentre as quais foi possível observar o áudio do momento exato da discussão em que a vítima teria xingado o acusado em razão de desentendimento no trânsito e, logo em seguida, o estampido do disparo de arma de fogo. As imagens teriam captado o acusado fugindo do local com a arma de fogo na cintura", descreveu a decisão judicial.
Marlon foi baleado no tórax e no braço. O primeiro tiro perfurou o pulmão e se alojou na coluna dele. Após quatro dias internado, o professor faleceu no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Marlon deixou esposa e uma filha de 7 anos.
VERSÃO DO RÉU FOI DERRUBADA
Segundo relatos de amigos e familiares, Marlon havia encerrado uma aula e voltava para casa de moto quando o crime ocorreu. O policial penal, porém, deu outra versão à polícia. No mesmo dia em que atirou na vítima, ele se dirigiu até o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), localizado no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Ele prestou uma queixa contra a vítima, alegando que teria sofrido uma tentativa de assalto e que agiu em legítima defesa.
"A partir da coleta de depoimentos de várias testemunhas, que elucidaram qual era o real contexto delitivo, bem como das diligências que emanam dos autos e da identificação da placa da motocicleta pilotada pelo denunciado, concluiu-se que não se tratava de uma tentativa de roubo, mas de um homicídio", citou a denúncia do MPPE.
A denúncia apontou que o homicídio foi cometido por motivo fútil e sem dar chance de defesa à vítima. "Consta do caderno investigativo elementos que indicam que o agente (policial penal), a princípio, teria comunicado falsamente crime não ocorrido à autoridade policial, o que denota pretensão de tumultuar a regular instrução do feito", pontuou a decisão judicial, que também determinou a prisão preventiva do réu.
No dia 8 de maio, Claudomerisson José do Nascimento, que é lotado na Paraíba, se apresentou na 9ª Delegacia de Homicídios, permaneceu em silêncio no depoimento, teve a arma de fogo apreendida e foi liberado.
Nessa sexta-feira, a Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão preventiva expedido pela Vara do Tribunal do Júri de Olinda. A defesa do réu não foi encontrada para comentar o caso.
O policial penal também responde a processo administrativo instaurado pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB).