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Carol Neves
Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 09:33
A Polícia Civil de São Paulo prendeu Jackeline Leite Moreira, de 28 anos, namorada de Kauê do Amaral Coelho, de 29, acusado de ser olheiro do PCC e de estar envolvido no assassinato do delator Antônio Vinícius Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos no ano passado. A prisão aconteceu na quinta-feira (16) em Itaquera, na zona leste de São Paulo, onde Jackeline foi detida por tráfico de drogas. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga agora se ela auxiliou na fuga de Kauê após o crime em novembro de 2024.
Segundo o Uol, a mulher negou envolvimento na morte de Gritzbach e disse que não namorava Kauê e que desconhece seu paradeiro. No entanto, a investigação apontou contradições em seu relato, pois registros telefônicos indicam que ela teve um relacionamento com ele, e que após o crime, Kauê passou a noite em um motel com ela antes de seguir para o Rio de Janeiro. De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, Jackeline participava de atividades criminosas, como o tráfico de drogas, e mantinha relações com Kauê, conforme evidências encontradas no apartamento dele, que continham anotações sobre a venda de drogas.
Kauê do Amaral Coelho segue foragido, e a polícia acredita que ele tenha se escondido em comunidades do Rio de Janeiro, embora suspeitem que ele já tenha saído da cidade. Após o crime, foi oferecida uma recompensa de R$ 50 mil por informações sobre seu paradeiro.
Além de Jackeline, outras prisões relacionadas ao caso já foram feitas. Em dezembro de 2023, dois suspeitos foram detidos: Matheus Augusto de Castro Mota, de 34 anos, que teria emprestado carros usados na fuga, e Matheus Soares Brito, de 19 anos, que ajudou Kauê a fugir para o Rio de Janeiro. Em conversas com amigos, Matheus Soares admitiu ter ido até o Rio, mas de ônibus, para levar roupas para Kauê. A investigação também revelou que Kauê e Matheus Soares tiveram seus celulares rastreados a cerca de um quilômetro de distância no Rio de Janeiro, entre os dias 11 e 20 de novembro.
Ainda há três mandados de prisão em aberto. Além de Kauê, são procurados o motorista que estava com ele no dia do assassinato e o suposto mandante do crime.
Gritzbach foi morto com 10 tiros disparados por dois atiradores. Os criminosos fugiram em um Gol preto e abandonaram o carro nas imediações do aeroporto. Kauê resgatou os atiradores com um Audi preto e, segundo a versão do DHPP, fugiu para o Rio de Janeiro com Matheus Soares.
O crime foi, segundo a delegada Ivalda Aleixo, encomendado por membros do PCC, e a polícia trabalha em duas linhas de investigação para identificar quem foi o mandante. Além dos envolvidos diretamente no assassinato, uma operação chamada "Prodotes" foi deflagrada para investigar a ligação de policiais militares com o tráfico de drogas, envolvendo narcotraficantes do PCC. Ao todo, 15 PMs foram presos, incluindo 13 responsáveis pela escolta de Gritzbach e um tenente que facilitava as escalas para que os PMs participassem da escolta.