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Carol Neves
Publicado em 23 de abril de 2025 às 09:18
A Polícia Civil de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (23) o nome do homem apontado como suspeito de assassinar a estudante da USP Bruna Oliveira da Silva. Esteliano José Madureira, de 43 anos, foi identificado após a elaboração de um retrato falado com apoio de inteligência artificial, baseado em imagens obtidas por câmeras de segurança. >
O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, já solicitou à Justiça a prisão temporária do suspeito. Um laudo preliminar indicou que a provável causa da morte foi asfixia por estrangulamento. No entanto, o laudo oficial ainda não foi concluído, e os peritos aguardam os resultados de exames complementares.>
Na noite da última terça-feira (22), a polícia realizou uma operação para tentar prender o homem que aparece nas imagens seguindo Bruna na saída do Terminal do Metrô Itaquera, na Linha 3-Vermelha. Apesar da tentativa, ele ainda não foi localizado.>
De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, o suspeito seria morador da região e não tinha relação com a vítima. "Nos vídeos analisados, ele aparece seguindo a estudante. Depois, as imagens não mostram mais nada nem os dois. Suspeitamos que ele a agarrou e a levou para o local onde a matou", afirmou ela ao G1.>
Bruna, de 28 anos, estava desaparecida desde o dia 13 de abril, após sair do metrô a caminho de casa, onde vivia com o pai. Seu corpo foi encontrado no dia 17 em um estacionamento próximo, com sinais de agressão, queimaduras e vestígios de violência. Perto dele, estavam um sutiã e um saco plástico.>
A polícia ouviu o ex-marido, o atual namorado e familiares da estudante. Segundo relatos, ela havia passado o dia na casa do namorado, no Butantã. "Quando vi que ela não tinha chegado, foi um choque", disse Igor Rafael Sales, namorado da jovem.>
Formada em História pela USP, Bruna concluiu o mestrado em História Social pela FFLCH em 2020 e recentemente havia sido aprovada em outro programa de pós-graduação, voltado para mudança social e participação política. Ela deixa um filho de sete anos.>
A mãe da estudante, Simone da Silva, desabafou: "Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: 'por que não fui eu?'. A dor seria bem menor.">