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Carol Neves
Publicado em 11 de março de 2025 às 09:13
Uma operação policial acontece nesta terça (11) no Complexo de Israel, no Rio de Janeiro, para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos líderes da facção Terceiro Comando Puro (TCP). A ação também vai demolir imóveis de luxo do traficante, incluindo um "resort" que fica em Parada de Lucas.>
Quando as equipes chegaram, houve tiroteio intenso. A Avenida Brasil precisou ser fechada em um momento, mas a situação do tráfego já está normalizada. Os trens do Ramal Sacaruna seguiam sem circular entre Caxias e Penha até por volta das 9h, segundo informação da Globo. >
A ação conta com a participação de agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Comando de Operações Especiais (COE) da PM. >
Segundo as investigações da DRE, os locais alvos da operação são usados por Peixão para atividades criminosas, como armazenamento de armas e drogas. Um dos endereços, em Parada de Lucas, é um imóvel de alto padrão, financiado com dinheiro ilícito, que serve como esconderijo e base operacional do traficante. O espaço conta com um lago artificial para criação de carpas. Outro ponto é uma academia de musculação, identificada como local de encontro de integrantes da facção.>
A investigação também revelou que o "resort de luxo" do traficante foi construído irregularmente em área de preservação ambiental, com supressão de vegetação nativa e alteração do curso d’água. A operação busca coletar provas que reforcem as investigações sobre a associação criminosa, além de apreender armas, equipamentos eletrônicos e documentos que possam ajudar a elucidar crimes na região.>
O delegado Felipe Curi, chefe da Polícia Civil, destacou a necessidade de uma abordagem rigorosa contra narcotraficantes, classificando-os como “narcoterroristas” por atacarem a população durante operações policiais. Ele também ressaltou que Peixão impõe uma “ditadura religiosa”, expulsando pessoas que praticam religiões como candomblé e espiritismo. “O crime de terrorismo tem a ver com questões políticas ou religiosas. No caso do Peixão, sabemos que ele impõe uma ditadura religiosa, ele não permite certos tipos de crenças ou religiões. Ele expulsa pessoas que possuem religiões afro, candomblé, espiritismo, enfim, tudo o que não tiver com a crença que ele acredita. Não podemos permitir isso”, disse.>