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Carol Neves
Publicado em 5 de março de 2025 às 08:14
Dois policiais militares foram presos por descumprimento de missão após abandonarem seus postos sem autorização para dar carona a uma jovem de 20 anos, que os acusou de estupro. O incidente ocorreu em Diadema (SP), na segunda-feira (3), e a moça relatou aos familiares que havia sido abusada enquanto estava no banco traseiro da viatura dos PMs, que a levavam até a cidade de São Paulo. >
A denúncia foi inicialmente feita pelo tio da vítima, que afirmou que a jovem havia pedido ajuda durante um bloco de carnaval em Santo André. Segundo o relato, os policiais pediram para que ela entrasse na viatura, alegando que a levariam para casa. Porém, por volta das 22h27, a jovem enviou um áudio para o tio, no qual afirmava ter sido abusada e pedia ajuda. Minutos depois, ela enviou fotos e vídeos dentro da viatura - imagens que depois ajudaram a identificar os policiais. >
Após receber as mensagens, o tio perdeu o contato com a jovem, que foi localizada horas depois, na UPA Liberdade, em estado agitado e sem seu celular. Segundo informações, ela foi encaminhada à unidade de saúde por um escrivão do 26º DP, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) devido ao seu estado de perturbação emocional. >
Os policiais envolvidos, identificados como soldado Leo Felipe Aquino da Silva e cabo James Santana Gomes, foram chamados para esclarecer a situação e negaram o crime. Eles alegaram que encontraram a jovem desorientada em Diadema, afirmando “estar perdida e não conhecer ninguém” e por isso eles foram prestar socorro a ela. Segundo eles, ela teria tido um "surto" dentro da viatura, agredindo-os com tapas, e que, em razão disso, pediram para que ela saísse do carro nas proximidades da Rodovia Anchieta. Os agentes ainda afirmaram que a jovem os teria ameaçado de acusá-los de estupro caso não a levassem para casa. Ambos os policiais estavam equipados com câmeras corporais, e a Corregedoria da PM investiga se elas foram retiradas durante a carona.>
De acordo com o Metrópoles, a foliona foi deixada em uma área de descampado, descalça, e todos os pertences dela, incluindo o celular, foram levados pelos PMs.>
A foliona acusou os policiais de terem ingerido bebida alcoólica e foi submetida a um exame de corpo de delito. Os dois PMs também realizaram exames para detecção de álcool, mas os resultados ainda não foram divulgados.>
O caso, que gerou uma grande repercussão, resultou na prisão em flagrante dos policiais e na decretação de prisão preventiva pela Justiça na terça-feira (4). Os dois policiais permanecem no Presídio Militar Romão Gomes, e a investigação segue em andamento. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que todas as circunstâncias do caso estão sendo apuradas, incluindo a análise das imagens das câmeras corporais.>
A mãe da vítima, em entrevista, afirmou estar devastada com o que aconteceu com sua filha, destacando que ela foi "hipermachucada" e estava "à base de calmantes" após o ocorrido. A jovem já possuía um histórico de internação psiquiátrica e já havia feito uma acusação de abuso sexual contra seu pai, segundo informações da polícia.>
A Polícia Militar declarou que está comprometida com a legalidade e a transparência, e que qualquer desvio de conduta será tratado com rigor. O caso continua sendo investigado para esclarecer todos os fatos e responsabilizar os envolvidos. A reportagem não conseguiu contato com os dois PMs acusados. >