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PGR lista 5 crimes contra Bolsonaro e mais 33 acusados; penas podem chegar a 38 anos de prisão

Procuradoria-Geral da República denunciou o ex-presidente e outras 33 pessoas nesta terça-feira (18)

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 22:05

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os fatos que basearam a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas foram divididos em cinco peças acusatórias. O grupo é acusado de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. Os crimes são:

  • - organização criminosa armada (art. 2º, caput, §§2º, 3º e 4º, II, da Lei n. 12.850/2013), com penas de reclusão de 3 a 8 anos e até mais 4 anos se houver emprego de arma de fogo;

  • - tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal), com penas de 4 a 8 anos;

  • - golpe de Estado (art. 359-M do CP), com penas de 4 a 12 anos de reclusão;

  • - dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (art.163, parágrafo único, I, III e IV, do CP), com penas de 6 meses a 3 anos;

  • - deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei n. 9.605/1998), com penas de 1 a 3 anos de prisão.

Somadas as penas máximas, caso sejam condenados por todos esses crimes, os denunciados podem pegar até 38 anos de prisão.

A denúncia da PGR foi oferecida nesta terça-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, analisará as denúncias.

As peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática, segundo a Procuradoria. Descrevem ainda, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas.

De acordo com a denúncia da PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, general Braga Neto. Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.

Ação planejada

De acordo com as investigações, o plano teve início em 2021, com os ataques sistemáticos ao sistema eletrônico de votação, por meio de declarações públicas e na internet. Em julho do ano seguinte, o então presidente da República se reuniu com embaixadores e representantes diplomáticos acreditados no país para verbalizar as conhecidas e desmentidas acusações sobre fraudes nas urnas eletrônicas, na tentativa de preparar a comunidade internacional para o desrespeito à vontade popular nas eleições presidenciais.

Ainda segundo a PGR, durante o segundo turno das eleições, foram mobilizados aparatos de órgãos de segurança para mapear e impedir eleitores de votar no candidato da oposição. E as pessoas envolvidas nessa etapa atuavam na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, facilitando os atos de violência e depredação, em 8 de janeiro de 2023.

Ao não encontrarem falhas no sistema eleitoral, os envolvidos mantiveram o discurso de fraude e mantiveram a militância com os acampamentos montados em frente a quartéis do Exército em várias capitais do país.

Em outra frente, a organização criminosa pressionou o Comandante do Exército e o Alto Comando, formulando cartas e agitando colegas em prol de ações de força no cenário político para impedir que o presidente eleito assumisse o cargo. A denúncia aponta a elaboração de minutas de atos de formalização de quebra da ordem constitucional, dentre os quais se cogitava a prisão de ministros do STF.

As investigações revelaram a operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do presidente e do vice-presidente da República eleitos, bem como a de ministro do STF. O plano teve anuência do então presidente da República.

A violência no dia 8 de janeiro foi a última tentativa. A organização incentivou a mobilização do grupo de pessoas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, que pedia a intervenção militar na política. Os participantes fizeram o percurso acompanhados e escoltados por policiais militares do DF, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O episódio gerou prejuízos de mais de R$ 20 milhões.