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Maysa Polcri
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 08:53
Uma operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19) prendeu um general reformado e quatro 'kids pretos' por supostamente planejarem um golpe de Estado, que incluía o assassinato do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Os militares foram presos no Rio de Janeiro, onde participavam da missão de segurança da reunião de líderes do G20, segundo apuração da GloboNews.
As diligências fazem parte da Operação Contragolpe, que identificou um “detalhado planejamento operacional” chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato de Lula e de Geraldo Alckmin, de acordo com o Estadão.
O plano também incluía a execução de um ministro do Supremo, que era monitorado continuamente, caso o golpe fosse consumado. O jornal apurou que trata-se de Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.
Foram presos quatro militares com formação em Forças Especiais (kids pretos): Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. Além de Wladimir Matos Soares, policial federal
Mário Fernandes, general reformado, foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e hoje é assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello.
Os agentes ainda fizeram buscas em três endereços e deram cumprimento a 15 medidas cautelares diversas da prisão. Tais como: proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, além da suspensão do exercício de funções públicas.
Foram realizadas diligências no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. A operação investiga supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa. O Exército acompanhou as diligências em razão da participação de militares na quadrilha sob investigação.
A Polícia Federal identificou que a quadrilha sob suspeita é formada, em sua maioria, por militares com formação em Forças Especiais. "[...] se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022″, pontuou a PF.
Os kids pretos, também chamados de "forças especiais" (FE), são militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Segundo o Exército, até o ano passado, os "kids pretos" tinham um efetivo aproximado em torno de 2, 5 mil militares.