Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estadão
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 21:00
Relatório da Polícia Federal (PF) aponta que o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde, foi um dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que defendeu a subversão do Estado Democrático de Direito. Pazuello atuou no sentido de propor ao então chefe do Executivo uma "ruptura constitucional", de acordo com documento obtido pelo jornal O Globo.>
A participação de Pazuello no esquema golpista é relatada pela PF com base em conversas interceptadas e registros de entrada no Palácio da Alvorada. Em um áudio gravado em 8 de novembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, diz a um interlocutor que o então presidente estava recebendo visitas pessoais "no sentido de propor um ruptura institucional" e "pressioná-lo a tomar medidas mais fortes para reverter o resultado das eleições". Segundo a PF, o áudio seria endereçado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes>
"O cenário apresentado por Mauro Cid ao general Freire Gomes, na data de 08 de novembro de 2022, já demonstra uma atuação do atual deputado federal, o general Eduardo Pazuello, no sentido de propor uma ruptura constitucional, com fundamento em uma interpretação anômala do art. 142 da Constituição Federal", afirma a PF. Pazuello diz que não vai se manifestar sobre o caso>
Segundo dados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) obtidos pela PF, Pazuello compareceu ao Alvorada no dia 7 de novembro de 2022, onde passou quase 11 horas, das 7h30 às 18h20. Cid também estava no local, segundo O Globo.>
Militares das Forças Armadas se tornaram alvos da PF em operações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na ação para apurar a atuação de uma organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, militares que já respondem a outras acusações de crimes cometidos durante o governo Bolsonaro e novos nomes da caserna foram tragados para mais um caso na Justiça.>
Os ex-ministros militares Walter Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI) e os ex-comandantes das Forças Armadas Paulo Sérgio Nogueira (Exército) e Almir Garnier Santos (Marinha) estão entre os alvos de mandados de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim). A PF apura ainda a participação de outros 13 militares, entre integrantes da ativa e da reserva. Outras operações já mostraram outros integrantes das Forças Armadas investigados.>