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Carol Neves
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 15:20
A eleição do aliado Donald Trump nos EUA trouxe alegria e esperança ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ele tem uma dificuldade caso deseje ir à posse do republicano, marcada para 20 de janeiro, em Washington. Com o passaporte retido e proibido de deixar o país por conta da investigação da tentativa de golpe em 2022, Bolsonaro precisaria de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). >
No último dia 20 de outubro, os advogados de Bolsonaro recorreram mais uma vez ao STF solicitando a liberação do passaporte do ex-presidente. Sem citar uma viagem específica, a defesa argumentou que a proibição de que Bolsonaro saia do país não tem fundamentação "idônea, concreta, específica e individualizada". Os advogados entendem que a decisão viola a "dignidade da pessoa humana, da presunção de inocência, da razoabilidade, da proporcionalidade e da duração razoável".>
A argumentação não foi aceita e o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido, mantendo a proibição. Ele sinalizou que não houve "qualquer alteração do quadro fático que tornou necessária a entrega do passaporte do acusado".>
Para conseguir o passaporte de volta, Bolsonaro precisaria de uma decisão nova de Moraes, que é relator do inquérito, ou que a votação fosse para a Primeira Turma do Supremo, que cuida dos recursos nesse caso. >
O passaporte do ex-presidente foi apreendido em fevereiro, por ordem de Moraes. Nas redes sociais, Bolsonaro celebrou o resultado da eleição, chamando de uma "vitória épica" de Trump, a quem chamou de amigo. O filho dele, Eduardo Bolsonaro, acompanhou a apuração diretamente da casa do republicano, em Mar a Lago, na Flórida, ao lado de um grupo de conselheiros e amigos. >