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Padre Júlio: entenda por que vereadores de São Paulo querem investigar sacerdote

Vereador autor da ação chama sacerdote de "cafetão da miséria". Padre afirma não ter relação com ONGs investigadas

  • Foto do(a) author(a) Jornal O Povo
  • Jornal O Povo

Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 17:13

Padre Júlio Lancelotti
Padre Júlio Lancellotti é alvo de investigação na CPI das ONGs Crédito: Reprodução/Instagram

A Câmara Municipal de São Paulo deve começar investigar em fevereiro o Padre Júlio Lancellotti, por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito intitulada de CPI das ONGs.

De autoria do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), o pedido inicial tem como foco duas entidades que realizam trabalho comunitário para a população de rua e os dependentes químicos da região da Cracolândia. São elas: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e no coletivo Craco Resiste.

Rubinho acusa o sacerdote de fazer parceiras com elas. O parlamentar informou ao O Globo que recebe "inúmeras denúncias" sobre a atuação de várias ONGs do Centro de São Paulo. Segundo ele, as entidades dão alimentos, mas não realizam o acolhimento das pessoas em situação de vulnerabilidade social.

"Existe uma chamada máfia da miséria para obter ganhos por meio da boa-fé da população e isso não é ético e nem moral. O padre Júlio é o verdadeiro cafetão de miséria em São Paulo. A atuação dele retroalimenta a situação das pessoas. Não é só comida e sabonete que vai resolver a situação", disse.

O vereador já criticou o padre publicamente em outra ocasião. No último dezembro, Nunes convocou o padre a depor na Frente Parlamentar em Defesa do Centro. "As ONGs e demais cafetões da miséria vão ter que se explicar", afirmou. A ação comoveu políticos de esquerda que criticaram a atitude do parlamentar, como a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Alvo na investigação, padre Júlio negou à Folha de S.Paulo qualquer relação com as ONGs, e afirmou ter deixado a Bompar há 17 anos. Na época, ele chegou a atuar como conselheiro.

"Elas são autônomas, têm diretorias, técnicos, funcionários. A Câmara tem direito de fazer uma CPI, mas vai investigar e não vai me encontrar em nenhuma das duas", explicou.

Repercussão

O nome de padre Júlio esteve entre os assuntos mais comentados da plataforma X, antigo Twitter. Por lá, o deputado federal Nilto Tatto (PT) manifestou insatisfação com a criação da CPI e criticou Rubinho.

"Parece que a cidade de São Paulo não tem nenhum problema que mereça a atenção do vereador", escreveu o parlamentar.

Enquanto isso, a deputada federal Érika Hilton (Psol-SP) considerou absurda a instalação de uma CPI para investigar ONGs que trabalham vulneráveis.

"Tinha que ser obra dos mimados e criados a danoninho do MBL. Investigar o desperdício de comida? A inação da prefeitura para criar políticas públicas de moradia, emprego e segurança alimentar? Não... Os politiqueiros não ligam para isso. Querem desestimular a solidariedade com uma caça às bruxas que vai desperdiçar dinheiro público", completou.

Matéria originalmente publicada em O Povo