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Monique Lobo
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 18:34
A cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, foi chamada de "macaca" em um e-mail recebido da loja Magazine Luiza, no último sábado (4). Ela estava realizando a compra de uma máquina de lavar pelo aplicativo da empresa e descobriu que precisava atualizar seu cadastro. Ao fazer, recebeu o e-mail com a saudação "Olá, MACACA".
"Fiz o procedimento das etapas do aplicativo para recuperar a conta. Logo, eles me pediram foto do documento, depois um reconhecimento facial. Fui recebendo os e-mails, mas não entrei porque sabia que era só confirmação. Finalizei minha compra, tive o prazo de entrega e fechei o app", contou em entrevista à TV Globo.
No dia seguinte, em busca de uma atualização no status da sua entrega nas mensagens recebidas da loja, percebeu a saudação racista no e-mail de confirmação do cadastro. Todos os outros e-mails automáticos enviados pela empresa utilizaram o primeiro nome de Susan na saudação.
A Magazine Luiza afirmou em nota, enviada à TV Globo, que "lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação".
"A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores", acrescentou a nota.
Susan revelou que uma funcionária do setor de diversidade e inclusão da Magazine Luiza entrou em contato para pedir desculpa e informou que seu cadastro era de 2011 e que alguém teria registrado o sobrenome dela como "macaca" no e-mail.
"Basicamente, meu sobrenome na Magazine Luiza é macaca, porque alguém colocou e ninguém viu. Meu sentimento é de revolta, angústia, ansiedade e tristeza. O racismo sempre foi muito presente na minha vida e, hoje, com tanto avanço, tanta tecnologia, tanto aprendizado referente ao racismo, a gente vê que não mudou muita coisa", disparou a cozinheira, também em entrevista à TV Globo.
O caso foi registrado como injúria racial no 50° Distrito Policial do Itaim Paulista, que ficou a cargo da investigação.