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Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2024 às 15:49
Novas imagens divulgadas nesta quarta-feira (17) mostram Érika de Souza Vieira Nunes, 42 anos, andando por um shopping enquanto leva Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas, antes de o levar até um banco em Bangu, no Rio de Janeiro, onde tentou fazer um empréstimo em nome do idoso, que já estava morto. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado por funcionários do banco e afirmou que Paulo Roberto estava morto havia pelo menos duas horas.
As imagens, exibidas pelo Balanço Geral, mostram a mulher saindo de um carro em um estacionamento às 13h03 da terça. O motorista ajuda segurando a cadeira de rodas de Paulo Roberto, enquanto Érika tira o idoso do veículo. A cabeça dele aparenta mexer um pouco, antes dele ser colocado na cadeira, onde fica com as pernas esticadas. Todo procedimento durou 27 segundos. Ela então pega a bolsa em cima do carro e o motorista fecha a porta. Ela segue com ele. As imagens são analisadas pela polícia, que investiga o caso e tenta localizar o motorista de aplicativo.
Depois, Érika para em uma lanchonete e fica sentada em uma cadeira. Em determinado momento ela ajeita o idoso na cadeira de rodas e ele segue sem reação. Ela sai rapidamente de perto dele e volta depois, empurrando a cadeira para entrar na agência. A defesa dela alega que o idoso estava vivo ao entrar no banco.
O funcionário do Samu que constatou a morte prestou depoimento e explicou que o corpo de Paulo Roberto estava com livores, manchas escuras formadas por falta ou acumulação de sangue, que costumam aparece após duas horas de morte.
Uma das funcionárias da agência bancária também já foi ouvida e explicou que achou que o idoso estava muito debilitado. Ela se aproximou do local de atendimento e explicou que a assinatura dele deveria ser igual à da identidade. Quando o idoso deveria assinar, contudo, ele não se mexeu. A cor dele chamou atenção e a funcionária disse que ele aparentava não ter sinais vitais.
Érika então passou a tentar "acordar" o idoso, que disse ser seu tio, e tentar colocar a caneta na mão dele. O tempo todo o idoso aparentava estar desacordado, disse a funcionária.
Segundo O Globo, a polícia informou que Érika era prima e cuidadora do idoso.
Cena grotesca
Érika foi presa em flagrante nessa terça-feira (16), quando tentava sacar R$ 17 mil pré-aprovados por um banco para o idoso de 68 anos. Um vídeo gravado por uma funcionária mostrou parte da cena e viralizou. Nas imagens, é possível ver a mulher segurando o braço e a cabeça do idoso, colocando a caneta na mão dele e pedindo que assine o documento. Ela também pergunta se funcionários viram o momento que o idoso abriu uma porta, o que comprovaria que ele estava vivo.
"Tio Paulo precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer, eu faço. Igual ao documento aqui: Paulo Roberto Braga. O senhor segura (a caneta). O senhor segura forte para caramba a cadeira aí. Ele não segurou ali a porta?", diz Érika na cena.
A voz de uma das funcionária é ouvida. “Eu acho que ele não está legal, não está bem, não", diz ela, que sinaliza para a cor do idoso. A mulher alega que "ele é assim mesmo".
O corpo de Paulo Roberto foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML), onde passará por exames para constatar a causa da morte. Érika foi autuada por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude.