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Estadão
Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 22:09
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), receberá na tarde desta quarta-feira, 24, os presidentes de quatro entidades médicas para tratar das ações que discutem a exigência de chamamento público pelo Ministério da Educação (MEC) para a abertura de cursos de Medicina. >
A reunião está marcada para às 15 horas (de Brasília) com os representantes da Academia Nacional de Medicina (ANM), Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Educação Médica (Abem).>
As entidades defendem mais critérios para abertura de escolas médicas e expõem preocupação com a formação oferecida nas instituições.>
As duas ações que tratam sobre o tema são relatadas pelo ministro Gilmar Mendes. A retomada do julgamento, que foi suspenso por pedido de vista do ministro André Mendonça, está prevista para o dia 9 de fevereiro, no plenário virtual.>
O que está em discussão é um trecho da Lei do Mais Médicos que condiciona a criação de novas graduações na área a um chamamento público que direcione os cursos a determinados municípios com base em critérios dos ministérios da Saúde e da Educação. A Corte também discute se os processos não finalizados devem continuar em trâmite ou se devem ser suspensos.>
As ações foram ajuizadas por associações de reitores e universidades particulares, que alegam afronta à livre iniciativa. O relator discordou do argumento e votou para validar a regra do Mais Médicos. Para ele, a sistemática do chamamento público é adequada para a estruturação de políticas públicas. Mas ele propôs que sejam mantidos os novos cursos de medicina já instalados por força de decisões judiciais que dispensaram o chamamento público.>
Até o momento, os quatro ministros que votaram concordam sobre a necessidade do chamamento público, mas discordam sobre a continuidade das liminares pendentes de autorização para abertura de novos cursos de medicina. Para Gilmar, as ações devem continuar tramitando. Ele foi acompanhado pelo ministro Luiz Fux.>
Eles entendem que os processos devem continuar em curso "porque esses pedidos que superaram a fase inicial obtiveram do Poder Público decisão favorável, no sentido de que, ao menos a partir de análise documental, constituem projetos minimamente viáveis">
Já o ministro Edson Fachin, que abriu a divergência, entende que todos os processos devem ser suspensos. Para ele, "não houve ainda real, concreta e efetiva mobilização de corpo docente e discente e eventuais investimentos que tenham sido realizados têm seu fundamento em decisões judiciais de caráter precário, ao arrepio da orientação legal vigente". Ele foi acompanhado pela ministra Rosa Weber.>