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Tharsila Prates
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 22:11
Sob aplausos e muita emoção, a agente de saúde Juliana Leite Rangel, 26 anos, baleada na cabeça por policiais rodoviários federais na véspera de Natal, no Rio de Janeiro, recebeu alta médica por volta das 14h desta quinta-feira (6). Pouco mais de um mês após a internação, Juliana chorou, agradeceu à equipe médica e saiu do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes acompanhada da família. Estava em uma cadeira de rodas, com um terço na mão e uma camisa onde se lia: "Ninguém explica Deus".>
No dia 24 de dezembro, ela estava com os pais, o irmão e a namorada do irmão indo à casa de um parente, para passar a noite de Natal, quando uma viatura da PRF emparelhou com o veículo da família e efetuou os disparos. O pai da vítima, Alexandre Rangel, contou que mais de 30 tiros foram disparados em série pelos agentes, e que os policiais teriam alegado que abriram fogo porque do carro onde estava Juliana teriam saído os primeiros disparos.>
Ela foi socorrida por policiais militares, que, inclusive, visitaram-na no hospital. A recuperação de Juliana chamou a atenção de médicos, familiares e de quem torceu pela melhora da jovem. A família considerou a recuperação um milagre: "Minha filha, graças a Deus, está abrindo os olhos. Eu já disse 'eu te amo' tantas vezes, e ela me respondeu com os lábios que me ama. Minha filha é um milagre. Todos os médicos dizem que ela é um milagre", disse a mãe Dayse Rangel ao jornal Extra, no início de janeiro.>
Agora, a família vai se preparar para comemorar o Natal mais uma vez. "Eu tenho certeza que sou um milagre de Deus. Agora o que eu mais quero é estar com a minha família, comer uma coxinha, hoje mesmo vou comer uma coxinha, estava com muita vontade", disse Juliana.>
Ela vai precisar de fisioterapia, para recuperar a parte motora, e ainda de fonoaudiologia, podendo voltar à vida normal em breve. Os agentes envolvidos no caso desastroso - e violento - foram afastados das atividades. O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar a conduta dos policiais.>