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Mulher de coronel paga reforma da casa da filha de Temer em dinheiro vivo

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal sob suspeita de ter sido custeado com propina da JBS

  • D
  • Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2018 às 08:38

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

A psicóloga Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer, teve as despesas da reforma da sua casa pagas em dinheiro vivo pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer. 

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal sob suspeita de ter sido custeado com propina da JBS. 

De acordo com informações da Folha de São Paulo, Piero Cosulich, dono da Ibiza Acabamentos, uma das empresas que entregaram material na residência de Maristela, em Pinheiros, bairro nobre de São Paulo, afirmou à reportagem que Fratezi era quem levava, pessoalmente, o dinheiro na loja.

“Foi Maria Rita Fratezi quem fez os pagamentos, em espécie, em parcelas. Os pagamentos foram feitos dentro da loja”, disse ao jornal paulista. “Ela [Maria Rita] vinha fazer o pagamento. Se estava dentro de um envelope, dentro de uma bolsa, não sei te confirmar”, afirmou.

O coronel e a arquiteta foram alvo da Operação Skala, deflagrada em 29 de março, que apura esquema de corrupção para beneficiar empresas do setor portuário com a renovação de concessões públicas. João Batista Lima passou três dias preso enquanto Maria Rita foi chamada a depor. Ambos preferiram ficar em silêncio.

Ainda conforme a Folha, é a primeira vez que um dos envolvidos no projeto aponta publicamente a esposa de Lima como responsável pela entrega de recursos, em espécie, para viabilizar as melhorias no imóvel da psicóloga.

Além dos repasses em dinheiro vivo a fornecedores, os investigadores consideram relevante o fato de os pagamentos terem ocorrido em período próximo e subsequente ao da suposta entrega de propina, pela JBS, para o coronel.”

A operação foi descrita por executivos da empresa na delação premiada que motivou a abertura de inquéritos contra Temer no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Em depoimento, Florisvaldo Oliveira, ex-funcionário da JBS, disse que levou R$ 1 milhão ao coronel, na sede de uma de suas empresas, a Argeplan, em 2 de setembro de 2014. Os recursos seriam parte de um total de R$ 15 milhões em doações de campanha, supostamente acertados com Temer”, lembra a Folha. A PF calcula que a obra de Maristela Temer tenha custado ao menos R$ 1 milhão.

Procurada pela Folha, a assessoria de Temer informou que os questionamentos sobre a reforma da casa em São Paulo seriam respondidos pela defesa de sua filha Maristela. O advogado dela disse que só dará esclarecimento sobre o assunto à Polícia Federal se for chamada a depor. Já o coronel e sua esposa, Maria Rita Fratezi, afirmaram que não cometeram qualquer irregularidade.