Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Tharsila Prates
Agência Brasil
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 22:58
Uma pessoa envolvida com o tráfico de drogas e de armas no Rio de Janeiro foi o mandante da morte de Vinícius Gritzbach, assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, em novembro do ano passado. A afirmação foi feita nesta quinta (13) pela Polícia Civil do estado, informou a Agência Brasil.>
O nome do mandante do crime não foi divulgado, mas a polícia informou que ele tem 44 anos e atende pelo codinome de Cigarreira. De acordo com a TV Globo, a polícia suspeita que o homem esteja escondido na Vila Cruzeiro, comunidade localizada no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.>
Além da atuação no Rio, Cigarreira também está envolvido com o tráfico na região do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Para despistar os policiais, o criminoso e alguns familiares utilizavam documentos falsos com várias identidades.>
Para a Polícia Civil, Cigarreira arquitetou o plano do assassinato com a ajuda de um braço direito, mais conhecido como Didi. Ambos estão foragidos.>
Histórico>
Gritzbach era réu por homicídio e acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No ano passado, ele havia assinado uma delação premiada com o Ministério Público, entregando o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusando policiais de corrupção.>
Até este momento, 26 pessoas já foram presas por envolvimento no caso, sendo 17 delas policiais militares e cinco policiais civis. Outras quatro pessoas presas são suspeitas de ter alguma relação com o homem que foi apontado como integrante da facção criminosa e que teria atuado como olheiro no dia do crime.>
O primeiro identificado pela polícia por participação no assassinato foi justamente esse olheiro, que avisou aos atiradores sobre o momento em que a vítima estava saindo do saguão do aeroporto. Esse olheiro foi identificado como Kauê do Amaral Coelho, que segue foragido. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que está oferecendo R$ 50 mil por informações que levem ao suspeito. A namorada dele foi presa em janeiro. Quaisquer informações podem ser passadas ao Disque Denúncia, pelo telefone 181.>
Mandados judiciais>
Nesta quinta-feira (13), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou uma operação para cumprir novos mandados judiciais contra os envolvidos na morte do delator. Durante a operação foram apreendidos celulares, pen drives e outros objetos. Os policiais também fizeram buscas em um suposto galpão atribuído como de propriedade de Cigarreira.>
Também nesta quinta, a polícia informou que, após mais de três meses de investigações, a força-tarefa está em sua fase final. O inquérito policial, que deve pedir a prisão preventiva dos envolvidos no caso, deverá ser relatado nas próximas semanas e entregue ao Ministério Público.>
“Temos testemunhas e provas técnicas para concluir esse inquérito. Cheguei a ficar 36 horas dentro de uma sala montada só para resolver esse caso. Escrivães analisaram 30 horas de imagens, muitas vezes com a qualidade ruim, somente para chegar na resolução desse crime”, disse a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP.>