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Carol Neves
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 13:28
A ministra Maria Elizabeth Rocha, primeira mulher a presidir o Superior Tribunal Militar (STM), expressou decepção com as escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Poder Judiciário, especialmente por não ampliar a representatividade feminina nos tribunais.
Em entrevista ao jornal O Globo, Rocha afirmou que as indicações feitas por Lula têm sido frustrantes, já que o presidente não tem cumprido as promessas feitas às mulheres. "É extremamente frustrante, triste e decepcionante", comentou ela, destacando o desânimo crescente entre as mulheres no Judiciário. Ela também mencionou que a expectativa para as próximas nomeações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) é de que sejam homens, mas manifestou esperança de que o presidente possa surpreender positivamente.
A ministra ressaltou que as mulheres no Judiciário enfrentam um grande desafio de representatividade. "É uma falsa percepção de que estamos inclusas. O que acontece é que as mulheres e outras minorias continuam marginalizadas em um ambiente predominantemente masculino, branco, heterossexual e de classe média", afirmou Rocha.
Até o momento, Lula indicou dois homens para o Supremo Tribunal Federal (STF) em seu terceiro mandato. Com a aposentadoria de Rosa Weber em setembro de 2023, o STF conta atualmente com apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia. Flávio Dino foi indicado para substituir Weber. Além disso, Cristiano Zanin foi nomeado para o lugar de Ricardo Lewandowski.
Atualmente, existem duas vagas no STJ, e espera-se que Lula faça novas nomeações em fevereiro, após o término do recesso do Judiciário e do Congresso Nacional. Entre os possíveis indicados estão o desembargador Carlos Brandão, do TRF-1, e a procuradora Maria Marluce, de Alagoas.
Maria Elizabeth Rocha foi nomeada ao STM por Lula em 2007, e suas indicações, assim como todas as do tribunal, precisam ser aprovadas tanto pelo presidente quanto pelo Senado.