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Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2021 às 15:36
- Atualizado há 2 anos
O miliciano mais procurado do Rio, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, foi alvo de uma operação policial na manhã deste sábado (12), e acabou morto com dois tiros – um deles dentro de uma viatura policial, após ser capturado. A Polícia Civil informou inicialmente que Ecko foi preso, mas, horas depois, a morte foi confirmada. As informações são do G1.
Segundo o delegado Thiago Neves, da Subsecretaria de Inteligência, Ecko tentou pegar a arma de uma policial quando já tinha sido baleado e rendido pela equipe que cercou a casa onde ele estava, por volta de 8h. Foi após essa tentativa de fuga que o miliciano levou um segundo tiro, chegando sem vida ao Hospital Miguel Couto.
A reação de Ecko foi dentro da van da polícia no trajeto até o helicóptero que o levaria ao hospital. “Ecko foi alvejado com dois tiros. Quando ele tentou fugir pelos fundos [da casa], ele foi alvejado com um tiro. Durante o trajeto da van para o helicóptero, ele tentou tirar a arma de uma policial feminina, e foi efetuado o segundo disparo. É importante ressaltar que a ação foi rápida, o socorro foi bem rápido”, detalhou.
Nas redes sociais, o governador Cláudio Castro (PL) disse que a operação foi um "golpe duro nas facções criminosas do Estado". "Hoje é um dia importante. Demos um golpe duro nas facções criminosas do Estado. Parabéns, Polícia Civil, pela operação cirúrgica e sigilosa que capturou o Ecko, miliciano mais procurado do Brasil", escreveu Castro, em sua conta no Twitter, antes da confirmação da morte do miliciano.
Ecko teve prisão preventiva decretada em fevereiro de 2019. O Disque Denúncia, entidade sem fins lucrativos que recebe denúncias anônimas por telefone, oferecia uma recompensa de R$ 10 mil por informações que levassem a sua captura. No pedido de prisão de 2019, o grupo de Ecko é descrito como "organização criminosa" com "estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas".
A atuação do Bonde do Ecko se espalha por um grande território da zona oeste da capital fluminense, em bairros como Santa Cruz, Campo Grande, Cosmos, Paciência e Sepetiba, e chegou a outras cidades da região metropolitana, como Itaguaí, Nova Iguaçu e Seropédica.
Investigações passadas mostram que o Bonde do Ecko é sucessor da Liga da Justiça, uma das mais antigas milícias do Rio, desde que esses grupos majoritariamente formados por policiais militares, bombeiros e homens egressos dessas forças de segurança passaram a se organizar como tal no início dos anos 2000.
Os irmãos e ex-policiais Natalino e Jerominho Guimarães, ex-deputado estadual e ex-vereador, respectivamente, são acusados de fundar a Liga da Justiça. Presos, ficaram 11 anos na cadeia, até serem soltos em 2018. Com a prisão dos irmãos ex-policiais, entre 2007 e 2008, a Liga da Justiça deu os primeiros passos rumo uma associação com traficantes de drogas, uma virada na forma de atuar desses grupos.
Ainda segundo o G1, na origem, no início dos anos 2000, as milícias ficaram conhecidas por formar grupos armados que combatiam os traficantes nas favelas, especialmente na zona oeste, e passavam a dominar as localidades, com poder armado. Por um lado, ofereceriam segurança aos moradores. Por outro, controlariam atividades ilegais como transporte clandestino por vans, venda de botijão de gás, acesso a TV a cabo e internet clandestina.
O estudo Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, divulgado em outubro do ano passado, apontou que grupos milicianos do Rio já controlam 57% do território da capital fluminense. As três facções do tráfico carioca têm, somadas, o domínio de 15%. O levantamento foi feito por meio de uma parceria entre o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, o Núcleo de Estudos da Violência da USP, o Disque-Denúncia e as plataformas Fogo Cruzado e Pista News.
A associação com o tráfico começou com a entrada de traficantes na Liga da Justiça. Considerado hoje o grupo miliciano mais forte do Rio, o Bonde do Ecko é uma espécie de continuação da Liga da Justiça e já expandiu sua atuação para municípios da região metropolitana, principalmente na Baixada Fluminense. As informações são do G1.