Mesmo cortando a 'binga', homem não vai ser mulher, diz Pastor Sargento Isidório

Deputado também teve fala transfóbica ao se referir a Erika Hilton como "amigo"

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  • Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 08:34

Pastor Sargento Isidório
Pastor Sargento Isidório Crédito: Reprodução

O deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) foi acusado de transfobia por conta de declarações feitas na terça-feira (19), durante discussão na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara sobre o projeto que pode proibir o casamento homoafetivo no país.

O político disse que homem nasce como homem com binga, portanto, com pinto e com pênis” e “mulher nasce com sua cocota, sua tcheca [sic], portanto, sua vagina". Ele acrescentou: "Homem mesmo cortando a binga não vai ser mulher. Mulher cortando a cocota se for possível não será homem. Todo mundo sabe". O deputado afirmou que a religião e crenças das pessoas devem ser respeitadas, dizendo que mulher e homem são colocados juntos para fins de "procriação" e pela "família".

Em outro momento, durante um bate-boca, Isidório se referiu à deputada Érika Hilton como "amigo". As colegas presentes interromperam e defenderam que Érika seja tratada como mulher.

A comissão foi suspensa logo em seguida. Uma nova audiência pública acontece na terça (26), com votação na quarta (27).

Erika não comentou o caso especificamente, mas chamou a sessão de um "show de horrores". "Novamente presenciamos fundamentalistas que cultuam o ódio atacar as existências de pessoas LGBTQIA+ e o direito, embasado em cláusula pétrea da Constituição, ao casamento homoafetivo", escreveu. "Conseguimos que a votação não ocorresse hoje, e a luta vai continuar. O tempo que pessoas como essas tentam passar por cima dos nossos direitos sem resposta acabou", acrescentou.