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Fernanda Varela
Publicado em 22 de março de 2025 às 13:18
Uma criança de 4 anos levou para a escola cerca de 20 papelotes de cocaína que pertenciam ao pai e distribuiu para os amiguinhos como se fossem balas de coco. O caso aconteceu em Itamonte, no Sul de Minas Gerais, na Escola Municipal Mariana Silva Guimarães.>
Segundo funcionários da escola, a menina levou a droga na mochila e deu para os amiguinhos. Oito alunas abriram as embalagens e colocaram o conteúdo na boca, achando que era o doce. Em seguida, como estranharam o sabor, elas cuspiram o pó branco e avisaram à professora.>
A criança que levou a droga foi levada até a sala da coordenação e contou que pegou as "balas" na mochila do pai.>
A polícia foi chamada e encontrou 16 papelotes com material esbranquiçado — sete lacrados e nove parcialmente consumidos — entre a mochila da menina e a carteira onde ela se sentava. Uma perícia confirmou se tratar de cocaína.>
Todas as 18 crianças da sala de aula foram imediatamente levadas para o hospital municipal de Itamonte, onde passaram por exames. Nenhuma delas apresentou sintomas de intoxicação. “Fiquei desesperado, mas consegui levar todas as crianças para o hospital. O importante é que todas elas passam bem”, disse ao blog o prefeito da cidade, João Pedro (Podemos).>
Antes da chegada da Polícia Militar, a coordenação da escola ligou para os responsáveis e pediram que fossem com urgência á escola. O pai da menina que levou a droga, segundo relatos, foi o primeiro a chegar.>
Ao ser informado sobre a situação, ele tomou parte dos papelotes das mãos de uma funcionária e fugiu. Ele tem passagem na polícia por tráfico de drogas.>
De acordo com o tenente Adenilson de Oliveira Rocha, comandante da Polícia Militar em Itamonte, o pai da menina tentou recuperar parte da droga, mas não viu que ainda tinha mais papolotes na sala de aula. Ao voltar para casa, ele notou que tinha droga faltando.>
Na tentativa de recuperar a cocaína, ele pediu que seu irmão, tio da menina, fosse à escola. O jovem acabou se desentendendo com as conselheiras tutelares e foi preso por desacato. Ele foi liberado após assinar Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).>
Em entrevista a uma página de notícias local, a avó da criança contestou a versão da escola. “Quero que provem que a minha neta levou cocaína para a escola. Cadê as câmeras? E se essa droga já estivesse lá? E se nem for cocaína? E se meu filho for inocente?”, questionou a mulher.>
A PM, por sua vez, diz não haver dúvidas de se trata de cocaína. “Foram feitos exames periciais pela Polícia Civil”, reforçou o tenente Rocha. O pai da menina segue foragido.>