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Médica é demitida após recusar internação que terminou em parto no chão de maternidade

Grávida deu à luz no chão da recepção de maternidade em Santa Cruz da Serra, na sexta-feira (22), após ser liberada pela médica de plantão

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 28 de março de 2024 às 20:01

Queli deu à luz na recepção da maternidade, em Duque de Caxias
Queli deu à luz na recepção da maternidade, em Duque de Caxias Crédito: Reprodução/ TV Globo

A plantonista que negou a internação da grávida que deu à luz no chão da recepção de uma maternidade em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi demitida. Segundo a Prefeitura, vai ser aberta uma sindicância para apurar melhor os fatos. As informações são do jornal Extra.

Queli Santos Adorno, de 35 anos, mãe de quarta viagem, deu entrada no local às 22h, para ter o caçula, um menino chamado Azafe. No primeiro atendimento, realizado por outra médica, ela foi alertada de que poderia entrar em trabalho de parto a qualquer momento e, por isso, deveria aguardar no local.

“A primeira médica teve um ótimo atendimento, atendeu super bem a minha irmã. Ela pediu ‘não vai para casa, pode ser que você evolua rápido, e essa criança pode nascer lá’”, disse a irmã de Queli, Carine Santos Adorno, ao RJTV, da TV Globo.

As contrações foram aumentando e, depois de seis horas, ela passou por uma terceira análise clínica, desta vez com outra médica. Um documento escrito à mão e com o carimbo de Sheila Peixoto Atthie Maia mostra que a mesma mandou Queli retornar para casa. E registrou, ainda, a recusa de Queli.

“Ela foi muito grossa com a minha irmã, a tratou com deboche. Ela falou ‘Você não deveria nem estar aqui, você deveria estar em casa, porque você está treinando’. Aí, minha irmã falou: ‘Essa aqui é minha quarta gestação, eu não estou treinando, essa criança vai nascer, doutora, eu não posso ir para casa’. E minha irmã se recusou a ir embora”, afirmou Carine.

Diante da não-internação, o bebê nasceu na recepção da maternidade, às 6h. A mãe e a criança foram amparados pela primeira médica, que voltava do descanso. Mas ela estava sem as luvas e o equipamento necessário.

“Eu falei, eu falei. Doutora negligente, eu falei. Disse tanto e ela não acreditou em mim”, disse Queli em prantos, deitada no chão e com o filho recém-nascido sob seus peitos.

Ela continua internada porque está com pressão alta. Os irmãos foram à delegacia, mas disseram que os policiais se recusaram a registrar o caso. Mesmo assim, a família contratou uma advogada. E vai cobrar justiça.

A Polícia Civil afirmou que está apurando a denúncia sobre a recusa do registro na delegacia.