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Marinha tinha tanques na rua prontos para o golpe, segundo mensagens obtidas pela PF

Comandantes do Exército e Aeronáutica não aceitaram participar e evitaram sucesso de plano, concluiu a Polícia Federal

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 26 de novembro de 2024 às 18:32

Almirante Garnier
Almirante Garnier Crédito: Divulgação

Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que o ex-comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier, teria aderido ao plano golpista que tentava impedir a posse do presidente eleito Lula (PT), em 2022. A informação está no inquérito que investiga o caso, divulgado nesta terça-feira (26) após o ministro Alexandre de Moraes retirar o sigilo. 

Um contato identificado como "Riva" aponta que o almirante, descrito com o codinome PATRIOTA, era considerado um aliado estratégico. Segundo "Riva", que é um militar, “tinham tanques no Arsenal prontos” para dar apoio ao plano golpista.  O interlocutor, não identificado, responde que Bolsonaro deveria ter sido mais decisivo com a Marinha, e dessa maneira “o Exército e a Aeronáutica iriam atrás”.

As mensagens sobre o comandante da Marinha reforçam a ideia de que havia articulação militar entre setores das Forças Armadas para apoiar os planos autoritários após a eleição de Lula.

Para a PF,o golpe não deu certo porque a maioria do Alto Comando do Exército e os comandante do Exército e da Aeronática "não cederam a pressões". Na época, Exército era chefiado pelo general Freire Gomes e a Aeronáutica, pelo brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.

O almirante Garnier assumiu o comando da Marinha em 9 de abril de 2021, servindo até o fim do mandato de Jair Bolsonaro. 

Alexandre de Moraes encaminhou hoje o inquérito para a Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer, ou não, uma denúncia contra 37 indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa. Garnier, Bolsonaro, Braga Netto e Valdemar Costa Neto são alguns dos indiciados.