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Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 19:50
- Atualizado há 2 anos
Em nova publicação da Revista Piauí referente aos bastidores do escândalo de assédio envolvendo Marcius Melhem, nesta segunda-feira (14), a reportagem revela que o humorista do departamento de humor da TV Globo teria pedido à colega de elenco do extinto Tá No Ar para tomar banho no quarto dela e tentado agarrá-la, antes de uma confraternização do elenco da atração, que ocorreria no flat. A reportagem estava proibida, mas a divulgação foi autorizada por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Apesar de estranhar o pedido, a atriz contou que aceitou por se sentir constrangida por negar algo ao chefe. O nome da atriz, assim como os das demais mulheres que denunciaram o ator, segue mantido sob sigilo.
Ao chegar ao quarto, Melhem teria ido ao banheiro, e em seguida, "surgido com uma toalha enrolada na cintura e o pênis ereto, marcando o tecido”. A Piauí relata que ele partiu para cima da colega, tentando beijá-la. A atriz resistiu, e, sem conseguir o que pretendia, o humorista teria se vestido e ido para a festa com os colegas de elenco.
Nos autos do inquérito, diz a revista, consta também uma conversa de WhatsApp entre os dois, ocorrida dias depois do episódio. Na troca de mensagens, Melhem pergunta à vítima se o constrangimento já havia passado, ao que ela responde que não. O episódio é mais um em meio às denúncias apresentadas pelas oito mulheres que delataram Marcius Melhem.
De acordo com os depoimentos, entre os anos de 2010 e 2019, o humorista teve comportamentos impróprios e inadequados em diversas ocasiões, em diversos locais. Desde os Estúdios Globo, até o bar Vizinha 123, em Botafogo, onde testemunhas sustentam que a atriz Dani Calabresa foi assediada por Melhem na saída do banheiro. Seis depoimentos foram prestados por videochamada. Dois foram feitos por escrito.
A notícia de que o comediante abusava do poder que tinha na TV Globo para assediar moral e sexualmente suas subordinadas veio à tona ao final do ano de 2020. Antes de ser demitido da emissora em agosto daquele ano, ele ocupava o cargo de chefe do departamento de humor do canal.
Nesta segunda-feira (14), a revista Piauí foi autorizada a publicar uma reportagem contando os bastidores do escândalo. A matéria, de 12 de agosto de 2021, estava proibida de ser publicada pela juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.