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Rede Nordeste, JC
Publicado em 21 de abril de 2020 às 15:23
- Atualizado há 2 anos
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), deu entrevista à Folha de São Paulo e tratou de não desmentir a possibilidade levantada de vir a disputar a Presidência da República em 2022. Questionado, não negou. “Sei lá. Eu não sei de nada. Agora o que sei é que preciso cortar o cabelo”, brincou.>
Mas falou sério, porque logo em seguida modulou o discurso para tentar encontrar o caminho do centro e posicionar-se ali. O centro democrático é a aposta de 80% dos analistas políticos para a próxima eleição.>
Acredita-se que a polarização excessiva entre esquerda e direita já cansou o eleitor e um moderado seria bem vindo.>
Mandetta deve concordar, porque estando ele, hoje, identificado com a direita, ao responder sobre o isolamento social, sacou do vocabulário uma expressão muito usada pela esquerda: “Só quem está gritando é a Casa Grande, que vê o dinheiro do engenho cair”, soltou o ex-ministro, repetindo uma expressão muito utilizada, principalmente por movimentos negros no Brasil, para logo depois dizer diretamente que "há dois extremos que estão se esgotando. Há os que defendem cegamente o Lula. E há os de direita, que acreditam que tudo é uma conspiração para acabar com Bolsonaro. Há condições para um diálogo de reconstrução nacional”, completou.>
Faltou só dizer que o diálogo passa por ele. Na entrevista, foi dado espaço, o tempo todo para que ele criticasse Bolsonaro diretamente. O ex-ministro desconversou.>
Ficou claro que já entendeu não ser possível construir uma candidatura de centro se atacar qualquer um dos lados, porque precisa trazer simpatizantes moderados dos dois extremos numa eleição.>
Não será preciso esperar que ele corte o cabelo para responder se pretende ser candidato, já está bem claro.>
O problema é que para viabilizar uma candidatura com força ele terá que se manter em evidência, apesar de não ser mais o ministro. Como fará isso por mais de dois anos?>
Escrever livros, como já disse estar disposto a fazer, infelizmente, não é suficiente no Brasil.>