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Carol Neves
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 18:03
Um manuscrito batizado de Operação 142 que tinha como objetivo impedir a posse de Lula (PT) foi apreendido pela Polícia Federal (PF) com um assessor do general Braga Netto, vice na chapa derrotada de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. A última etapa da operação, batizada de Estado Final Desejado Político, dizia que "Lula não sobe a rampa".
O documento estava em uma pasta batizada de "memórias importantes" e foi localizado na sede do Partido Liberal (PL), na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general Braga Netto. O nome da operação, 142, faz referência ao artigo 142 da Constituição, que na interpretação de golpistas seria um dispositivo para autorizar intervenção militar no país.
O plano tinha um conjunto de seis etapas para alcançar a "ruptura institucional após a derrota eleitoral" de Bolsonaro. Os pontos incluiam a anulação de atos do Supremo Tribunal Federal, a preparação de tropas para ações diretas, a anulação das eleições, a prorrogação de mandatos, substituição de todos ministros do STF e anúncio de nova eleição.
"O documento demonstra que Braga Netto e seu entorno, ao contrário do explicitado no documento anterior, tinha clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma intepretação anômala do art. 142 da CF, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado", diz o inquérito da Polícia Federal.