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O Ministério Público informou que o ex-jogador tinha um relacionamento próximo com um dos chefes do esquema
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2016 às 16:27
- Atualizado há 2 anos
(Foto: Arquivo Correio)A Justiça Federal aceitou a denúncia contra o ex-jogador Edílson "Capetinha" e outros 15 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraudar pagamentos de prêmios de loterias da Caixa Econômica Federal, desarticulada pela Operação Desventura.
Segundo informações do G1, o procurador da República Hélio Telho, responsável pelas denúncias do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), disse que os envolvidos se associaram para planejar e cometer as fraudes que renderam cifras milionárias.
Os acusados respondem por furto qualificado por fraude, estelionato, falsificação de documento público, tráfico de influência, corrupção ativa, crime contra a ordem tributária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A denúncia contra Edílson foi oferecida pelo Ministério Público Federal no dia 24 de novembro de 2015. A Operação Desventura põe o ex-atleta como responsável por aliciar gerentes de bancos para a quadrilha.
Na ocasião do oferecimento da denúncia, o advogado do ex-jogador, Thiago Phileto, garantiu que Edílson é inocente. Segundo ele, os outros denunciados se aproveitaram da fama do penta-campeão mundial para se beneficiar no esquema. "O Edílson não faz parte disso, não se beneficiou ou auferiu vantagem ou lucro. Ele é inocente", garantiu.
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Ainda de acordo com o G1, O MPF-GO informou que o ex-jogador tinha um relacionamento próximo com um dos chefes do esquema. Ele foi flagrando em escutas telefônicas conversando com membros da quadrilha.
"A função do ex-jogador era usar da fama e as grandes movimentações financeiras que fazia para aliciar gerentes do banco para as fraudes", afirmou o procurador Hélio Telho.
Operação DesventuraEm setembro de 2015, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação na Bahia, Goiás, Sergipe, São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal, para desarticular a quadrilha. Em Salvador e Lauro de Freitas, a Operação Desventura cumpriu três mandados de prisão temporária, um de prisão preventiva, seis mandados de busca e apreensão e oito conduções coercitivas.
Três dos mandados de prisão foram cumpridos em Salvador, onde também foram apreendidos cinco carros de luxo, supostamente adquiridos com dinheiro do esquema - um Hyundai Vera Cruz com placa de Sergipe, um Fiat Freemont, um Ford Fusion, um Audi A5 e uma Mitsubishi L200.
Os presos na Bahia foram levados para a Cadeia Pública, no Complexo da Mata Escura, ainda ontem. Já as pessoas conduzidas sob coerção prestaram depoimento na sede da Polícia Federal, no Comércio, e foram liberadas em seguida.
O esquema realizava a validação de bilhetes premiados falsos referentes a prêmios não sacados pelos verdadeiros ganhadores, com a ajuda de gerentes da Caixa e servidores federais com acesso a informações privilegiadas em Brasília.
Os servidores sabiam, por exemplo, onde estavam os bilhetes premiados ainda não sacados, restando oito dias para que perdessem a validade. A partir daí, manobravam para forjar um novo cartão.
Era aí que entravam os gerentes, que através das suas senhas, disponibilizavam o pagamento dos prêmios, auxiliados por correntistas que têm grande movimentação financeira. Eles eram o elo entre os servidores e os gerentes.