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Jornada de seis dias semanais é herança escravocrata, diz autor de O Avesso da Pele

Para Jeferson Tenório, ganhador do Jabuti, o trabalho não pode nos definir existencialmente

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 12:21

Jeferson Tenório, autor de O Avesso da Pele
Jeferson Tenório, autor de O Avesso da Pele Crédito: Carlos Macedo/ Divulgação

A redução da carga horária de trabalho é imprescindível na visão do escritor Jeferson Tenório, autor do premiado O Avesso da Pele e que acaba de lançar De Onde Eles Vêm pela Companhia das Letras.

O tema central do livro são as cotas raciais, tendo como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. Na história, que se passa em Porto Alegre, por volta dos anos 2000, o leitor acompanha o despertar racial do narrador, Joaquim, em meio a um ambiente hostil.

Para Tenório, ganhador do Jabuti por O Avesso da Pele, o trabalho não pode nos definir existencialmente: “O tempo da escravidão já passou. Se modernizamos as dinâmicas de trabalho, também precisamos modernizar nossa relação com o tempo que damos para o trabalho”, escreve o autor, em um artigo para o portal UOL.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6x1 (seis dias de trabalho, um de descanso) atingiu o quórum de assinaturas necessário para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. O projeto é de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que formalizou uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito carioca Rick Azevedo (PSOL).

“Não tenho dúvidas de que uma jornada de trabalho de seis dias por semana e apenas um dia para descansar é uma herança escravocrata, cuja exploração de trabalhadores, com a falta de condições mínimas, diminui a possibilidade de viver uma vida de qualidade”, complementa Tenório, nascido no Rio de Janeiro e radicado em Porto Alegre.

Recentemente, o autor esteve em meio a uma polêmica depois que a diretora de uma escola estadual em Santa Cruz do Sul (RS) pediu ao Ministério da Educação (MEC) o recolhimento dos exemplares distribuídos para alunos do ensino médio, alegando “vocabulário de baixo nível” e “vulgaridade” de termos utilizados na história.  Outros estados chegaram a censurar o livro e depois voltaram atrás.