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Inofensivo? Botox pode causar alergia, hematomas e até infecção; conheça riscos

Complicações podem ocorrer devido a diversos fatores

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Foto do(a) author(a) Agência Einstein
  • Esther Morais

  • Agência Einstein

Publicado em 10 de abril de 2025 às 08:26

A aplicação de botox ajuda a suavizar rugas de expressão (Imagem: hedgehog94 | Shutterstock)
Aplicação de botox tem riscos Crédito: Imagem: hedgehog94 | Shutterstock

A aplicação de botox pode não precisar de cirurgia, mas também não é totalmente inofensiva. A toxina botulínica é popularmente procurada por quem deseja eliminar rugas e linhas de expressão e, no Brasil, foram mais de 433 mil aplicações em apenas um ano, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Com o aumento das buscas, no entanto, os especialistas alertam para os efeitos laterais que a intervenção pode causar. 

A verdade é que tamanha popularidade resultou em mais casos de complicações. É o que aponta um estudo liderado por pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), publicado recentemente nos Anais Brasileiros de Dermatologia.

Após analisar 50 pesquisas internacionais sobre o uso estético da toxina, publicadas entre 2017 e 2022, os pesquisadores concluíram que o botox não pode ser classificado como minimamente invasivo. “Isso pode levar aos pacientes a falsa impressão da inexistência de efeitos colaterais, o que não é verdade”, alerta a médica Samira Yarak, professora adjunta do departamento de Dermatologia da Unifesp e coordenadora do trabalho.

Para Yarak, a intensa popularização desses procedimentos aliada à dificuldade de elaborar diretrizes baseadas em evidências tornam os casos de complicações um problema de saúde pública. "A notificação compulsória e o reconhecimento das causas ajudarão na prevenção desses problemas e vão incitar o debate sobre produtos, tecnologias, técnicas e qualificação dos profissionais que atuam na área”, diz.

Outros especialistas concordam. “O maior número de procedimentos realizados acarreta uma maior incidência de complicações secundárias, principalmente quando o número de profissionais sem especialização ou experiência adequada que realizam as aplicações também cresce”, observa a dermatologista Mariana Fernandes de Oliveira, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Quais os efeitos colaterais do botox? 

A maior parte dos efeitos colaterais do botox costuma ser leve e transitório, como hematomas, inchaço e dor no local da injeção. Mas também podem ocorrer casos de ptose palpebral, que é a queda da pálpebra superior; assimetria das sobrancelhas e alterações oculares, como visão dupla e incapacidade de fechar os olhos. Além disso, podem surgir infecções no lugar da aplicação, além de dor de cabeça, náusea e quadros alérgicos. Em casos mais raros, há risco de reação anafilática.

As complicações podem ocorrer devido a diversos fatores, como aplicação incorreta, uso de produtos não regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), diluições inapropriadas e pouca capacitação do profissional.

“Também é importante que seja feita uma avaliação individualizada do paciente, analisando suas necessidades específicas, histórico médico e expectativas”, diz a cirurgiã plástica especializada em cirurgia craniofacial Alessandra dos Santos Silva, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Ela acrescenta que os procedimentos devem ser realizados em locais com assepsia rigorosa dos instrumentos e ambiente clínico seguro.

Vale ficar atento às contraindicações do tratamento — entre elas, doenças autoimunes, condições inflamatórias ativas, alergia a qualquer componente da formulação do produto, distúrbios de coagulação, doenças neuromusculares, gravidez e lactação.

No Brasil, as aplicações podem ser feitas por médicos, enfermeiros, biomédicos, dentistas e farmacêuticos, e é de extrema importância verificar a formação e a especialização do profissional antes de marcar o procedimento. “É essencial que ele tenha conhecimento profundo da anatomia facial, técnicas de antissepsia, princípios farmacológicos da toxina botulínica e interações com medicamentos e doenças”, orienta Samira Yarak.

Preste atenção também durante o atendimento. “Sugiro sempre procurar referências do trabalho [do profissional] e avaliar durante a consulta as propostas de abordagem do especialista, a fim de garantir resultados seguros, realistas e naturais”, complementa a médica do Einstein.